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Sábado - 31 de Dezembro de 2011 às 12:34

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O Tempo
Manifestantes em Belo Horizonte protestam contra reajuste, na semana passada
Manifestantes em Belo Horizonte protestam contra reajuste, na semana passada

As Câmaras Municipais de ao menos seis capitais brasileiras aprovaram reajustes de até 62% nos contracheques dos vereadores, se antecipando à ação programada apenas para o fim de 2012.

O objetivo da medida é evitar o desgaste político de votar aumento salarial em ano de eleições municipais.

Com isso, Belo Horizonte, São Paulo, Curitiba, Florianópolis e Maceió terão, a partir de janeiro de 2013, incremento da folha de pagamento dos vereadores.

No Rio de Janeiro, apesar de a lei estabelecer que o reajuste só pode entrar em vigor na legislatura seguinte, os vereadores já estão recebendo o aumento de 62%.

Uma ação popular foi proposta contra o pagamento.

Em São Paulo e em outras duas capitais, Porto Alegre e Goiânia, os vereadores também aprovaram ao longo deste ano outros reajustes, já em vigor -de 22,7%, 20,7% e 14,73%, respectivamente.

A justificativa foi recompor as perdas inflacionárias.

A onda de aumentos nas Câmaras foi motivada depois que o Congresso Nacional equiparou o salário de deputados federais e senadores ao teto do funcionalismo, em dezembro de 2010, elevando os contracheques em 62%, de R$ 16,5 mil para R$ 26,7 mil.

Logo após, o efeito cascata levou várias Assembleias Legislativas a também reajustar os vencimentos dos deputados estaduais.

Isso ocorre porque a Constituição vincula o salário de vereadores e deputados estaduais ao dos congressistas. Embora as Assembleias e Câmaras Municipais não sejam obrigadas a seguir os reajustes do Congresso, na prática é isso que ocorre na maioria dos casos.

A regra que define que os aumentos só passem a valer para as legislaturas seguintes tem o objetivo de evitar que haja legislação em causa própria.

CostumeE

A onda atual de reajustes nas cidades ganhou destaque após a Câmara de Campinas aprovar neste mês um aumento de 126%, elevando os salários de R$ 6.600 para R$ 15 mil a partir de 2013.

Em Curitiba, o presidente interino da Câmara, Sabino Picolo (DEM), disse que é costume da Casa antecipar a votação. "Os vereadores não querem desgaste em suas comunidades. E qualquer reajuste causa desgaste", disse.

O presidente da Câmara de Belo Horizonte, Léo Burguês (PSDB), disse que decidiu votar o tema neste ano, entre outras coisas, porque isso evita que o projeto seja analisado depois da eleição de outubro, quando se saberá quem foi reeleito. "Aí, sim, vou legislar em causa própria."

O impacto do reajuste para os 41 vereadores da cidade é de R$ 2,8 milhões ao ano.

Em Porto Alegre, a Mesa Diretora da Câmara chegou a aprovar em outubro um aumento de 74%. A proposta, porém, foi vetada pelo Tribunal de Contas do Estado, que a considerou uma "afronta" à Constituição e um grave risco de lesão ao erário.

Em Vitória, a movimentação para engordar os salários também foi barrada.

A Comissão de Finanças da Câmara chegou a propor um reajuste de 21%. Diante da reação -o presidente da comissão, vereador Zezito Maio (PMDB), disse quase ter "apanhado" na rua-, a Câmara aprovou em outubro uma lei que congela os salários nos atuais R$ 7.430,40 até 2016.






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