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Politica Brasil
Terça - 27 de Dezembro de 2011 às 11:40

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O Ministério Público Estadual (MPE) pediu na segunda-feira a prisão preventiva dos vereadores Justina Souza Cruz e Manoel Negino, além do ex-parlamentar Agripino Botelho, todos do município de Mucuri, a 892 km de Salvador, no extremo sul da Bahia. Com isso, já são oito os envolvidos no esquema de corrupção desarticulado na semana passada.

De acordo com a investigação do MPE, três empresários, um deles vereador de Nova Viçosa, cidade vizinha a Mucuri, teriam procurado vereadores da Casa e oferecido cerca de R$ 25 mil pela aprovação do Projeto de Lei 011/2011, que amplia os limites da área urbana do município. O interesse deles no projeto se deu porque o loteamento deles está na zona rural do município e, com a ampliação, passaria a ser da zona urbana, o que o valorizaria mais.

Segundo o promotor Pablo Almeida, os empresários disseram em depoimento que achavam normal pagar aos vereadores para aprovar o projeto. Eles também estão presos preventivamente por envolvimento no esquema.

Os vereadores Justina Souza Cruz e Manoel Negino, presos ontem, foram os denunciantes do esquema, mas com as prisões de dois empresários no fim de semana e a apreensão de documentos ficou provado, para a promotoria, que eles também tiveram participação no caso. "Juntamos depoimentos e documentos que levaram a essa conclusão", disse o promotor Pablo de Almeida. A vereadora Justina Souza Cruz disse, por telefone, que não ia comentar o caso. Manoel Negino não foi localizado.

O outro preso, o ex-vereador Agripino Botelho, renunciou ao cargo em 6 de outubro deste ano e, segundo o MPE, participou da reunião que definiu como seria o pagamento da propina que os parlamentares ganhariam com a aprovação do projeto.

O MPE constatou que, mesmo sem a aprovação do projeto, os empresários já haviam vendido 151 lotes, como se já estivessem em área urbana. A reunião que incrimina os vereadores e que foi filmada via celular pelo vereador Manoel Negino, ocorreu em 31 de setembro deste ano. A gravação está em posse do MPE.

Na reunião, ficou acertado de os empresários darem R$ 25 mil em dinheiro a cada parlamentar, ou R$ 5 mil mais um terreno no valor de R$ 20 mil. Cada um dos parlamentares já teria recebido R$ 10 mil, segundo o MPE, pela aprovação do projeto, por unanimidade e em segunda votação, no último dia 19.

Os vereadores já presos são o presidente da Casa, Carlos Gonçalves de Souza, o Tavinho; Roberto Correia Bastos, conhecido como Nicó; Gisele Aparecida Seguro Gazzinelli; Roberto Alves dos Santos; Márcio de Jesus Machado; e Wilson Pereira Cabral. Este último, por ser tetraplégico e necessitar de cuidados especiais, o que não encontraria numa carceragem de delegacia, está preso em casa. Os advogados deles não foram localizados.

Todos os vereadores presos tiveram os cargos cassados e a convocação dos suplentes deverá ocorrer mês que vem. A Casa está de recesso até 15 de fevereiro de 2012.





Fonte: O Dia

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