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Meio Ambiente
Quinta - 22 de Dezembro de 2011 às 21:45

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O projeto do poço exploratório da Chevron no campo de Frade apresentado ao órgão regulador brasileiro não mostrava uma falha geológica que pode ter sido determinante para o vazamento de petróleo no local perfurado, na bacia de Campos, no Rio de Janeiro.

O desenho do poço que chegou às mãos da ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) antes da perfuração, com detalhes técnicos da operação, poderia ter sido bem sucedido não fosse uma falha não relatada no documento, afirmou à Reuters nesta quinta-feira Magda Chambriard, diretora da agência.

"Esse desenho do poço teria funcionado perfeitamente não fosse uma falha que estava ali que não estava no projeto do poço. Por que essa falha não estava ali no desenho? A sísmica mostrava ou não? Por que a análise de risco não comportou isso? Estamos investigando", disse a diretora, ao ser indagada se a ANP conhecia as condições de pressão do reservatório que a Chevron perfurou.

Requisitada a dar mais detalhes técnicos sobre a questão da falha geológica e como ela pode ter contribuído para o vazamento, a diretora se recusou, dizendo que não poderia adiantar mais opiniões sobre o tema.

Magda Chambriard também não quis responder quando questionada se a petroleira americana teria omitido a informação ou se simplesmente desconhecia o problema.

O relatório da Polícia Federal sobre o acidente, pelo qual indicia a Chevron, Transocean (dona da sonda que operava no local) e funcionários envolvidos na perfuração, conclui que o poço onde ocorreu o vazamento não poderia ter sido perfurado.

Mas antes de realizar a perfuração, a petroleira recebeu aval da ANP, como de praxe na indústria petrolífera brasileira.

"O desenho do poço passou pela ANP. O desenho do poço é possível tecnicamente, do jeito que nos foi apresentado. O que aconteceu ali estamos investigando", afirmou Magda.

Procurada pela Reuters, a Chevron não comentou imediatamente o assunto.

O relatório da PF conclui que a Chevron sabia do risco que corria ao operar nos níveis de pressão em que estava operando. Segundo a PF, a pressão de 9,4 libras por galão que a empresa esperava encontrar no local foi equilibrada por outra oposta de 9,5 libras por galão de lama (material usado para equilibrar a pressão).

A diferença de 0,1 libra por galão é criticada no relatório da PF, que informa que a média usada em perfurações anteriores fora de 0,4 a 0,6 libras por galão. A empresa já havia perfurado 19 poços em Frade.

A diretora da agência descarta falha nos equipamentos utilizados na perfuração, de propriedade da Transocean.

Segundo ela, a ANP realizou vistoria e a sonda da Transocean que perfurou o poço funcionava "superbem". "É uma sonda antiga, chegou a ser sucata, mas foi completamente remodelada, e os equipamentos todos trocados em 2007".

"Se não fosse assim, não teria segurado o acidente", acrescentou.






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