O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, disse que a revista Veja "ultrapassou todos os limites" com a reportagem publicada neste sábado. A matéria revela o conteúdo de gravações telefônicas que comprovariam que o PT falsificou documentos com o intuito de denegrir adversários e enganar ministros do Supremo Tribunal Federal no caso do mensalão.
A matéria é ilustrada com uma grande foto de Dirceu, ao dizer que não tem nenhuma relação com o caso, afirma que pouco aparece no conteúdo. "Apenas os leitores que chegarem ao último parágrafo encontrarão menção a mim, quando a revista afirma que tive encontros com o William dos Santos, advogado de Nilton Monteiro (indicado pela revista como estelionatário que teria ajudado o PT nas fraudes), autor da denúncia da lista de Furnas", afirmou ele em seu blog.
O ex-ministro acusa a revista de requentar deduções já feitas pela imprensa em 2009, que já teriam sido respondidas por ele. "Fui procurado, então, pelo advogado Wiliam Santos, que representava Nilton Monteiro. Ele queria que eu participasse da defesa de seu cliente. Disse-lhe taxativamente que não tinha tempo para tratar do assunto, nem interesse."
As gravações mostram como o PT e Monteiro aturam diretamente na falsificação da chamada Lista de Furnas, documento que acusava políticos da oposição de desvios em estatais no ano 2002. A revista indica que as suspeitas produzidas pelo PT surgiram em meio às acusações do mensalão com objetivo de indicar que a corrupção se tratava de um problema generalizado da política.
Dirceu diz que a revista omite a informação de que na época a direção do PT chegou a pedir pedindo investigações, "inclusive sobre a autenticidade dos documentos", e coloca o episódio na "escalada de agressões" que a Veja tem praticado contra ele.
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