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Nacional
Segunda - 05 de Dezembro de 2011 às 14:18
Por: Marina Marquez

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Com a chegada do verão o risco de surtos de dengue no país aumenta. Hoje, 48 municípios estão em situação de risco para ocorrência de surto de dengue, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta segunda-feira (5). Entre as cidades em situação de risco estão três capitais: Cuiabá (MT), Rio Branco (AC) e Porto Velho (RO).

O ministério considera em situação de risco os municípios em que, a cada cem casas, mais de 3,9 apresentaram larvas do mosquito Aedes aegypti, que transmite a doença. O resultado foi obtido por meio do Liraa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti) em 653 municípios.

O maior número de casos ocorreu no Norte e Nordeste. Até o fim de novembro, foram notificados 742.364 casos suspeitos de dengue em todo o país. Se comparado ao mesmo período do ano passado, houve redução de 25% no número de casos.

A maior redução foi no Centro-Oeste, que teve 77% menos casos em 2011. Foram 211 mil casos em 2010 contra 48 mil neste ano.

De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, é importante redobrar os cuidados nesse momento.

- Todo verão temos condições muito favoráveis para o mosquito. Precisamos agir agora para evitar que tenhamos surto grande no verão, já que as maiores transmissões são entre janeiro e maio, quando temos aumento da temperatura e da chuva também.

 

Os criadouros do mosquito são diferentes em cada região do país. No Norte e Sul, a maioria das larvas encontradas estavam em resíduos de lixo. Nos municípios do Norte 44% dos imóveis tinham larvas no lixo, por exemplo.

No Nordeste e Centro-Oeste os mosquitos encontrados estavam principalmente em reservatórios de água. No caso dos municípios do Nordeste, mais de 72% dos casos estavam em caixas de água, tambores e poços ligados ao abastecimento.

No Sudeste o problema da dengue está principalmente em depósitos domiciliares, ou seja,vasos, pratos, bromélias, ralos, lajes e piscinas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, lembrou que o Liraa dá uma fotografia da situação da dengue no país, que pode mudar rapidamente, já que o mosquito tem uma alta capacidade de adaptação.

- O risco de ter epidemia é sempre uma combinação entre ter mosquito e ter pessoas suscetíveis para ter ou não a doença. O levantamento é importante nesse momento porque é um alerta para intensificar o cuidado. Para ajudar na mobilização da comunidade e resolver o problema onde está o foco do mosquito.

Veja alguns motivos que explicam os surtos de dengue no Brasil

 

 

 

Vírus Tipo 1:
Existem quatro tipos de vírus da dengue. No Brasil, circulam três deles: 1, 2 e 3. As pessoas que já se infectaram com um dos tipos de dengue tornam-se imunes a esse tipo, mas ficam suscetíveis aos demais. Além disso, quando uma versão do vírus atinge uma região e retorna anos depois, ele vai infectar as pessoas que não estavam no local durante a primeira infestação –
em geral, os mais jovens ou novos moradores. O atual surto se deve ao tipo 1, que circulou com maior intensidade na década de 90 e voltou a predominar em alguns Estados no final de 2009.

Condições urbanas:
O mosquito tem hábitos urbanos e se desenvolve dentro das casas. Além disso, com a expansão populacional e das cidades, existe maior acúmulo de lixo e entulho. Locais com água parada e limpa, como terrenos baldios, casas fechadas, caixas d’água abertas, calhas, pneus e telhas, favorecem os focos do mosquito.

Condições climáticas:
O calor e o aumento das chuvas no verão contribuem para a proliferação dos criadouros do mosquito. Já o excesso de água, por outro lado, não favorece aos criadouros. Os grandes temporais acabam exterminando esses focos. O Aedes aegypti gosta de água limpa e parada.

Articulação dos governos:
Para conter a dengue, o Ministério da Saúde repassa os recursos para Estados e municípios, que definem quanto será investido no combate à doença, conforme o cenário local. Portanto, essa tarefa é dividida. Para que esse modelo funcione, as três esferas de governo (federal, estadual e municipal) precisam estar articuladas. O ministério admite que esse é um trabalho de difícil execução e que não envolve apenas os setores de saúde, o que complica ainda mais o trabalho.

Proliferação do mosquito:
A dengue já atinge áreas que antes estavam livres do mosquito. Em 1995, o Aedes aegypti, que transmite a doença, estava presente em 1.753 municípios brasileiros. Hoje ele se encontra em 4.007 localidades, o que equivale a 80% das cidades brasileiras. Com isso, mais pessoas ficam expostas ao mosquito.

Transporte de pessoas e de cargas:
Como existem mais pessoas fazendo viagens e mais produtos sendo transportados, aumentam as chances
de pessoas infectadas irem para locais livres da doença. Se elas forem picadas pelo mosquito, o vírus então
começa a circular nessas regiões.

 

 

 





Fonte: Do R7

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