Presidente está na Venezuela para cúpula regional e volta ao trabalho na segunda
Dilma diz que só vai decidir sobre Lupi na semana que vem
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (2) em Caracas, na Venezuela, que só vai decidir sobre a situação do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a partir da segunda-feira (5), quando estiver de volta ao Brasil.
Ao ser perguntada sobre a condição do ministro, a presidente respondeu que esse e qualquer assunto referente ao Brasil será discutido na semana que vem.
- Qualquer situação referente ao Brasil vocês podem ter certeza que eu resolvo a partir de segunda-feira.
Nas últimas semanas, várias denúncias vieram à tona sobre a gestão de Lupi à frente do Ministério do Trabalho. Há a suspeita de que assessores da pasta teriam cobrado propina de ONGs (organizações não governamentais).
Também foi questionada uma viagem feita por Lupi a cidades do Maranhão em 2009 a bordo de um avião providenciado por um empresário que mantinha contratos com o governo.
Recentemente, reportagens revelaram que o ministro teria sido funcionário fantasma na Câmara dos Deputados e teria acumulado cargos no Congresso Nacional e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
Diante das denúncias, a Comissão de Ética Pública da Presidência recomendou a Dilma a demissão de Lupi. A presidente, no entanto, não é obrigada a acatar a sugestão e ainda não disse o que pretende fazer.
Dilma está em Caracas para participar da 3ª Calc (Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da América Latina e do Caribe) e da 1ª Celac (Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos).
Ao sair do hotel onde está hospedada, a presidente foi perguntada se a “declaração de amor” feita por Carlos Lupi há cerca de 20 dias, durante uma audiência no Congresso, estava influenciando sua dificuldade em decidir o destino do ministro. Em resposta, Dilma disse que já não é mais uma “adolescente romântica”.
No dia 10 de novembro, em uma audiência na Câmara dos Deputados, Lupi pediu desculpas à presidente por declarações dadas anteriormente que desagradaram Dilma. Na ocasião, ele afirmou que não quis ser agressivo e disse amar a presidente.
- Presidente Dilma, desculpe se eu fui agressivo. Eu te amo, presidente Dilma. Eu não desafiaria a presidente por isso peço desculpas publicamente. Nunca quis desafiar a presidente, não sou deseducado, deselegante e nem despreparado. Por isso, peço desculpas.
Antes, ao comentar a possibilidade de deixar o ministério por causa de denúncias contra ele, Lupi havia afirmado que só sairia do cargo fosse “abatido a bala”. Dilma não gostou da afirmação e mandou repreender o auxiliar.
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