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Politica Brasil
Quinta - 17 de Novembro de 2011 às 10:46

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Os dados da Federação das Indústrias sobre o nível de emprego em São Paulo no mês de outubro, em relação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal, revelam queda de 0,68%; e de 0,07%, em relação a outubro de 2010. Isso num momento em que o Banco Central iniciou a redução da taxa de juros básica, e alguns dias antes de ter optado pelo afrouxamento das medidas de contenção do crédito.

Poder-se-ia dizer que as autoridades monetárias estão agindo com perspicácia, para enfrentar um processo de deterioração da atividade econômica. Nós não estamos fazendo a mesma leitura desses dados, que na verdade nos alertam sobre o início de um processo de queda do nível de emprego na indústria.

Sim, porque a queda do nível de emprego se verifica justamente num período em que o setor industrial deveria acelerar a sua produção para o Natal e também para o início do próximo ano, quando uma forte continuação da demanda está assegurada pelo vultoso reajuste do salário mínimo e pelo resultado generoso dos acordos salariais de grandes categorias, como a dos bancários, a dos metalúrgicos e, certamente, a dos empregados da Petrobrás, que pleiteiam reajuste real de 10%. A esses reajustes salariais se vem acrescentar, agora, o anúncio da extinção das restrições de crédito aprovadas alguns meses atrás.

Como, então, explicar uma aparente inércia da indústria nacional, que se recusa a responder a um previsível aumento da demanda? Essa atitude deve ter raízes na convicção de que a indústria não será capaz de enfrentar a concorrência dos produtos importados, tanto no plano tecnológico quanto no dos preços.

O governo da presidente Dilma repete o equívoco do anterior: favorece o consumo, deixando a indústria sem condições de atender ao crescimento da demanda. E não só por causa da taxa cambial valorizada - que, aliás, começa a ser corrigida -, mas especialmente em razão de dois outros fatores: uma carga tributária muito mais elevada do que no exterior e uma infraestrutura obsoleta, que também contribui para tornar o Brasil um dos países mais caros do mundo, o que alimenta pleitos de reajustes salariais que aumentam a incapacidade da indústria de se proteger contra a importação.

O governo não podia ter favorecido uma forte elevação do poder aquisitivo sem, paralelamente, implantar no País uma nova política industrial, reduzir a carga tributária e melhorar muito a infraestrutura. Sem isso, haverá maiores pressões inflacionárias e desequilíbrios da balança comercial.





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