PTB nega que Barbiere tenha comparado Assembleia a camelódromo
O presidente do PTB de São Paulo, deputado Campos Machado, negou nesta quinta-feira (6) que o seu colega de partido, deputado Roque Barbiere, chamou a Assembleia Legislativa de São Paulo de "camelódromo".
"Se alguém provar que ele chamou esta Casa de camelódromo, ele entrega o pedido de renuncia na terça-feira", afirmou.
A declaração de Campos Machado foi dada em sessão da Comissão de Ética da Assembleia que trata do suposto esquema de venda de emendas parlamentares.
Já a comparação de Barbiere foi feita em entrevista coletiva a jornalistas na última terça-feira. "Isso [deputados] é igual camelô, cada um tem um jeito [de negociar emenda]", afirmou o deputado na ocasião.
No dia 10 de agosto, o deputado havia dito ao jornal "Folha da Região", de Araçatuba, que de "25 a 30%" dos deputados vendem emendas.
Para não atender ao pedido de convite da comissão, o petebista aproveitou uma brecha do regimento da Assembleia e viajou para sua cidade, Birigui. Seu depoimento será lido por Campos Machado.
Na tumultuada sessão da comissão, o deputado José Bittencourt (PDT) tentou atrasar as investigações ao apresentar um pedido de vista ao depoimento. O pedido provocou risos na plateia.
"Como depoimento não é propositura, não se pode pedir vista", explicou o presidente da comissão, Hélio Nishimoto (PSDB).
QUEBRA DE DECORO
Ontem, o presidente da Assembleia, deputado Barros Munhoz (PSDB), deixou em aberto a possibilidade de punir Roque Barbiere caso ele não explique as novas acusações que fez contra seus colegas.
Segundo Munhoz, as declarações foram profundamente injustas e caluniosas. "Foi profundamente infeliz e, mais do que isso, foi injusta. Terá que ser reparada."
Questionado se a afirmação de Barbiere poderia culminar num processo por quebra de decoro parlamentar, o tucano deu a entender que sim. "A frase é caluniosa. Uma calúnia contra a Casa é quebra de decoro.
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