Recomendações são lavar bem as mãos após manusear carne crua, evitar comida mal passada e manter higiene
Em sete dias 29 casos de toxoplasmose foram notificados em Cuiabá. A Secretaria Municipal de Saúde pediu à população que não entre em pânico, mas que é importante se precaver. O motivo do alto número de pessoas com a doença está sendo investigado. Até agora, a prefeitura confirma 18 casos por exame laboratorial. Por enquanto, o traço comum entre os registros é o fato de a maioria dos acometidos ter consumido açaí.
A toxoplasmose é o que conhecemos como doença do gato. É infecciosa, causada por um protozoário que se hospeda permanentemente em felinos, como gatos, e provisoriamente em outros animais. O secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, Euze Carvalho, esclareceu que as pessoas não precisam abandonar de seus animais por conta do surto.
De acordo com a Secretaria de Saúde (SMS), para prevenção é preciso evitar consumo de carnes sem cozimento ou mal passadas; consumir água “de procedência segura”; ter controle para que as fezes de animais fiquem em local seguro; proteger areias para evitar que gatos façam uso do local; lavar as mãos sempre após contato com carne crua ou terra e areia. Principalmente as mulheres grávidas devem tomar cuidado com as fezes de gatos, pois, se pegarem a doença, podem contaminar o bebê.
Euze Carvalho explicou que a toxoplasmose não é uma doença de notificação compulsória (aquela que deve ser comunicada imediatamente quando descoberta). Mas que, por ter sido um grande número de pessoas contaminadas em um período curto de tempo, os médicos, conscientes, comunicaram o fato.
O primeiro registro foi realizado no dia 20 deste mês, em que 20 pessoas de uma casa religiosa estavam com a doença. Porém, já foi constatado que não há relação nenhuma entre o local e o surto geral. Outras pessoas, moradoras de diversos bairros e sem relação alguma com a entidade, foram aparecendo com a doença depois desse caso.
Quando a doença da toxoplasmose se desenvolve, o paciente pode apresentar manchas no corpo, aumento do fígado e do baço, inchaço de gânglios. Entre 70% e 95% das pessoas no Brasil são infectados com a doença. Nos casos em que a pessoa tem imunidade que funciona normalmente, a doença nem apresenta sintoma. Os casos complicados ocorrem em pessoas com imunidade baixa.
A doença do gato não pode ser transmitida de uma pessoa a outra, exceto no caso em que a mãe passa a doença para o feto, durante a gravidez, o que ocorre em 40% das vezes. A mãe que constatar infecção, muitas vezes nos exames iniciais da gestação, deve ter acompanhamento especial.
Até agora a maior ocorrência da doença em Cuiabá foi em homens adultos. Há também o caso de um bebê e de e quatro adolescentes. Euze disse que “a doença não deve tomar uma proporção muito grande”.
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