Renovação da Assembleia e período pós-eleitoral, que poderiam conter os gastos, não foram suficientes para deputados economizarem
Despesas sobem após eleições
Os deputados estaduais do Paraná, ao contrário das expectativas, aumentaram os gastos da verba de ressarcimento nos primeiros meses desta legislatura, que teve início em fevereiro. Em cinco meses, eles tiveram o reembolso de R$ 3,85 milhões referentes a despesas com combustível, passagens, material de expediente e divulgação da atividade parlamentar, entre outros. A despesa elevada surpreende porque ocorre após um ano eleitoral – a tendência costuma ser de redução nesses períodos. A economia também era esperada porque os deputados novatos – a renovação na Assembleia foi de 33% – podem levar algum tempo até organizar o gabinete.
Entre fevereiro e junho de 2010, a Assembleia ressarciu os deputados em aproximadamente R$ 3,7 milhões. Poderia ter havido economia, se não fosse pela lei que permite que deputados licenciados para assumir cargo de secretário estadual continuem a usar a verba de gabinete. Durval Amaral (DEM), secretário-chefe da Casa Civil de Beto Richa (PSDB) e Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que comanda a pasta do Trabalho, estão nesta situação. Assim, o Legislativo municipal paga ressarcimento para 56 pessoas, quando o número de deputados é 54. Os dois gastaram juntos neste ano R$ 124,1 mil – a maior parte, R$ 74,9 mil, foi do peemedebista.
Pré-candidatos são campeões de gastos
Enio Verri e Plauto Miró devem disputar as prefeituras de Maringá e Ponta Grossa. Deputados justificam aumento de despesas com manutenção da infraestrutura na base eleitoral.
Em alguns quesitos houve redução nos gastos de até 60%. O ressarcimento da divulgação da atividade parlamentar – bastante usado em período pré-eleitoral –, passou de R$ 626 mil para R$ 391,4 mil. O valor pago por serviços técnico-profissionais – que são usados para remunerar prestadores de serviço ou colaboradores – caiu de R$ 184,3 mil para R$ 116,4 mil.
Mas os pedidos de reembolso em outras áreas não permitiram que fosse observada uma redução global. Houve mais gastos com alimentação (11,8%), com material, serviços e locação de equipamentos de informática (variação de 36,6%), e locação de imóveis (37%).
Os deputados que mais gastaram com locação de imóveis foram dois novatos: André Bueno (PDT) e Roberto Acioli (PV). Mas a alta nos gastos de informática foi patrocinada por parlamentares experientes: Professor Lemos (PT) e Ney Leprevost (PP). As despesas com alimentação foram puxadas pelos gastos de Antonio Anibelli Neto (PMDB), que seguiu o mesmo caminho do pai, Antonio Anibelli. O ex-deputado, que saiu da Assembleia neste ano, também destinava boa parte da verba de ressarcimento para refeições.
Cada deputado tem direito a pedir o ressarcimento de R$ 15 mil em despesas de gabinete por mês. Se não usar o valor integral, o parlamentar pode acumular o montante para os meses seguintes. Em um ano, a Assembleia pode ressarcir até R$ 972 mil em despesas de gabinete. O único limite é o gasto do combustível, que não pode passar de 30% da verba mensal.
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