Wagner Rossi vai dar explicações nesta quarta-feira sobre denúncias de irregularidades na pasta
Ministro da Agricultura confirma ida ao Senado
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, mudou de 8h30 para 12h o início da audiência pública que fará nesta quarta-feira, 10, na Comissão de Agricultura do Senado. Ele foi convidado pelos partidos aliados da base do governo, depois que o líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PR), apresentou um requerimento convocando-o para falar de irregularidades na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A troca de horário atenderia a mudanças na agenda do ministro.
Rossi falou na quarta-feira passada na Comissão de Agricultura da Câmara, quando foi elogiado por deputados da base. A expectativa do governo era que o seu depoimento no Senado repetisse a imagem positiva que passou para os parlamentares. Mas a demissão no final de semana do secretário-executivo Milton Ortolan, homem da sua confiança, por suspeita de envolvimento na cobrança de propina nos contratos da pasta, mudou a situação.
Para esta quarta é esperado que até mesmo senadores governistas o questionem sobre as denúncias publicadas pela revista Veja. A revista cita o caso do lobista Júlio Fróes que despachava em um gabinete do Ministério e o caso de empresas que teriam denunciado a cobrança de propina.
Nesta segunda-feira, 8, a presidente Dilma Rousseff voltou a defender o ministro. "Não há razão para ter qualquer questão em relação ao ministro Wagner Rossi". Apesar do apoio, a Controladoria-Geral da União (CGU) recolheu computadores do ministério e abriu uma nova investigação para apurar as denúncias de tráfico de influência e corrupção na pasta.
Na semana passada, uma comissão disciplinar já havia sido instaurada para apurar as responsabilidades administrativas após notícias de pagamento indevido da Conab a uma empresa goiana de silos. O responsável pela liberação da verba foi Oscar Jucá Neto, irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR). Demitido, Jucá Neto acusou o Ministério da Agricultura e o PMDB de participação e conivência com o esquema de corrupção.

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