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Repórter News - reporternews.com.br
Politica Brasil
Segunda - 08 de Agosto de 2011 às 15:34

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A oposição protocolou nesta segunda-feira requerimento para ouvir Milton Ortolan, ex-secretário do Ministério da Agricultura, Oscar Jucá Neto, ex-diretor financeiro da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e o lobista Júlio Fróes para explicarem no Senado as denúncias de corrupção no ministério. O requerimento convida os três a prestarem esclarecimentos à Comissão de Agricultura do Senado.

De autoria do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), o pedido tem como objetivo esclarecer as denúncias de "graves irregularidades" cometidas na pasta durante a gestão do ministro Wagner Rossi (Agricultura) - indicado pelo PMDB para o cargo.

O convite para Rossi depor no Senado foi aprovado na semana passada. A expectativa é que o ministro compareça à comissão na quarta-feira, mas ele ainda não confirmou se vai atender ao chamado da oposição --que aceitou transformar a convocação do ministro em convite depois de receber de governistas o compromisso de que Rossi vai esclarecer as denúncias aos senadores.

"Esse não é uma caso fácil não só porque envolve o maior partido da base governista no Congresso, mas porque alcança também o vice-presidente da República que é o patrocinador do ministro [Rossi] no cargo. E vice-presidente não é demissível", afirmou Dias.

Ortolan pediu demissão do cargo na tarde deste sábado. Número dois na estrutura da pasta, ele disse ter entregue a carta de demissão ao ministro Wagner Rossi em caráter "irrevogável" depois que a revista "Veja" revelou que o lobista Júlio Fróes teria uma gravação em que o ex-secretário exigia propina de 10% sobre contrato com o ministério.

Ainda segundo a reportagem, Ortolan foi responsável por levar Fróes à primeira reunião na comissão de licitação do ministério, onde o lobista teria até sala própria. Lá, segundo a revista, ele elabora editais e escolhe as empresas prestadoras de serviço da Agricultura.

O ministério da Agricultura está no centro do noticiário desde que Oscar Jucá Neto, irmão do senador Romero Jucá (PMDB) e conhecido como Jucazinho, disse à revista que há "bandidos" na Conab, e sugeriu que o ministro Wagner Rossi participava de esquemas de corrupção.

Obedecendo estratégia do PMDB, Rossi foi à comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados na semana passada e negou irregularidades na pasta e na Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Em nota, Rossi também negou hoje as acusações da reportagem em relação ao lobista.

Reportagem da Folha publicada no domingo (6) revelou que Rossi transformou a Conab num cabide de empregos para acomodar parentes de líderes políticos de seu partido, o PMDB.

O loteamento começou quando Rossi dirigiu a estatal, de junho de 2007 a março de 2010. Ele deu ordem para mais do que quadruplicar o número de assessores especiais do gabinete do presidente --de 6 para 26 postos.

REPRESENTAÇÃO

Até o final da semana, o PSDB vai ingressar com representação no Ministério Público Federal para investigar as suspeitas de irregularidades no ministério - incluindo a denúncia da Folha de loteamento de líderes políticos na Conab depois que Rossi assumiu o ministério.

Receberam cargos na estatal um filho do senador Renan Calheiros (AL), líder do PMDB na Casa, a ex-mulher do deputado Henrique Eduardo Alves (RN), líder da legenda na Câmara, um neto do deputado federal Mauro Benevides (CE) e um sobrinho de Orestes Quércia, ex-presidente do PMDB de São Paulo.

Rossi, homem de confiança do vice-presidente Michel Temer, é o atual ministro da Agricultura. Assinou de punho próprio várias dessas nomeações. "Isso é consequência de um modelo de loteamento de cargos sustentado nos últimos oito anos e meio", afirmou Dias.






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URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/80641/visualizar/