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Nacional
Quinta - 04 de Agosto de 2011 às 10:09

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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta quinta-feira (4) que o governo continuará agindo para conter a valorização do real e a forte entrada de recursos externos no país por conta da fragilidade na economia dos EUA.

Disse ainda que as medidas cambiais do governo têm conseguido conter o endividamento em dólar, que pode afetar empresas e consumidores no caso de uma virada nas cotações da moeda norte-americana.

"O Brasil tem tomado todas as precauções para evitar o aproveitamento ingênuo desse dinheiro que tem no mundo", afirmou, em entrevista ao programa "Bom dia, ministro", da EBC (Empresa Brasil de Comunicação).

"O país é aberto ao investimento estrangeiro, mas não queremos fluxos na intensidade que ocorreu no começo do ano. O BC tem tomado e continuará tomando medidas para assegurar que isso não gere instabilidade lá na frente."

Tombini voltou a afirmar que a queda da moeda norte-americana reflete o processo de enfraquecimento do dólar, relacionado às políticas que vem sendo adotadas para estimular a economia dos EUA.

"A política monetária dos EUA vai continuar muito frouxa, o que gera desafios para países como o Brasil, que tem sido polo de atração de capital e isso deve permanecer nos próximos meses", afirmou.

Disse ainda que o Brasil está "bem preparado para um ambiente internacional mais desafiador".

Segundo Tombini, o impasse em torno do aumento do teto da dívida nos EUA foi superado, trouxe alívio aos mercados, mas a situação da economia global ainda inspira cuidados.

Segundo o presidente do BC, comparando com outras moedas, é possível afirmar que o real estaria mais valorizado se não fossem essas medidas cambiais.

INFLAÇÃO

Tombini afirmou que as medidas já anunciadas de restrição ao crédito serão sentidas com mais força no último trimestre do ano. A inflação acumulada em 12 meses, hoje em 6,7%, deve atingir o pico em agosto, para depois cair dois pontos percentuais entre setembro e abril do próximo ano, conforme previsão do mercado financeiro.

O dado de julho, que será divulgado amanhã, deve ficar em torno de 0,15%, segundo o BC.

"O BC está focado na meta de 4,5% em 2012. Nós veremos a inflação em 12 meses reduzindo de forma bem significativa a partir do quarto trimestre."

Disse ainda ser natural que a inadimplência suba por causa das medidas de aperto no crédito, mas que a taxa está próxima da nossa média histórica.

CRÉDITO

O presidente do BC citou ainda as medidas para reduzir o endividamento no cartão de crédito.

"Os juros no cartão são elevados, e o financiamento dessas dívidas tem potencial de afetar a saúde financeira das pessoas. A recomendação é sempre financiar o mínimo possível no cartão."






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