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Politica Brasil
Terça - 02 de Agosto de 2011 às 02:17

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O resultado das últimas eleições na Argentina, com sucessivas derrotas dos candidatos da Casa Rosada, rompeu a imagem de invencibilidade da presidente Cristina Kirchner.

A acachapante derrota em Buenos Aires, confirmada anteontem após um primeiro turno também desastroso, e o terceiro lugar na disputa pela província de Santa Fe, há uma semana, vão se somar à eleição do próximo domingo em Córdoba, onde o voto antikirchnerista também é maioria.

Nos dois primeiros colégios eleitorais, os candidatos da Frente para a Vitória, a coligação de Cristina, perderam terreno e receberam menos votos que no pleito de quatro anos atrás.

Na capital a eleição acabou por consolidar Mauricio Macri como um dos principais nomes da fragmentada oposição argentina. Reeleito, ele já se apresentou como presidenciável para 2015.

Em Córdoba, província onde o kirchnerismo encontra forte rejeição por causa da crise com o campo, em 2008, a Casa Rosada nem lançou candidato. O peronista Jose Manuel de la Sota, rompido com a Casa Rosada, deve ser eleito. Ele rechaçou apoio da presidente.

Juntos, os colégios de Buenos Aires, Santa Fe e Córdoba concentram 25% do eleitorado nacional.

Os resultados provocam mal estar no governo, que culpa a mídia pelo desempenho nas urnas. "Nossa derrota está vinculada à briga com os meios de comunicação, que acham que podem condicionar a vida política", disse Florencio Randazzo, ministro do Interior.

Ao contrário do clima de "já ganhou" alimentado pela Casa Rosada e que cresceu exponencialmente após a morte do ex-presidente Néstor Kirchner, em outubro do ano passado, quando a presidente passou a explorar politicamente sua viuvez e atingiu níveis recordes de aprovação, os números indicam que um segundo turno na disputa presidencial não está tão distante como parecia há algumas semanas.

"Começa a parecer verossímil a palavra segundo turno", comentou o jornalista Jorge Lanata.

O revés eleitoral ocorre num momento crucial. No próximo dia 14 ocorrerão as inéditas primárias nacionais, eleição que será uma espécie de semifinal da disputa presidencial.

Obrigatória para todos os eleitores e para os candidatos à presidência, a votação mostrará o ânimo da população com a presidente, que ainda é favorita para ser reeleita.

E servirá também como termômetro para a oposição, que aventa a possibilidade de se unir em torno do nome mais competitivo para enfrentar Cristina Kirchner na final de outubro.






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