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Economia
Sábado - 30 de Julho de 2011 às 08:54
Por: MARCONDES MACIEL

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Os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à compra de máquinas e equipamentos atingiram números negativos nos primeiros cinco meses deste ano, em relação a igual período do ano passado. De acordo com levantamento divulgado anteontem pelo Banco, os desembolsos recuaram de R$ 1,20 bilhão, no período de janeiro a maio do ano passado, para R$ 1,06 bilhão, em 2011, ou 11,72%. O produto mais utilizado no setor agropecuário é o Finame Agrícola (aquisições de máquinas e equipamentos, construção, ampliação e reforma), seguido do Cartão BNDES, que financia a compra de insumos para indústria e comércio.

Por setor, comércio e serviços lidera em volume liberado para empresas mato-grossense, com um total de R$ 586 milhões, seguindo a agropecuária (R$ 334 milhões) e, indústria, R$ 139,6 milhões.

Segundo o BNDES, a atuação tem sido mais pulverizada no Estado, priorizando mais o segmento de micro, pequena e média empresas, com maior volume de operações de varejo. Uma coisa que pouca gente sabe é que o BNDES opera via instituições bancárias, sendo que todas estão credenciadas a operar com o Banco.

O balanço do BNDES revela que as micro, pequenas e médias responderam por R$ 633,10 milhões do total liberado para Mato Grosso, enquanto as grandes empresas ficaram com R$ 426,90 milhões dos desembolsos. Em 2010 (janeiro a dezembro), o total dos financiamentos do BNDES para o Estado atingiu a cifra de R$ 3,20 bilhões.

Em relação a outros financiamentos, as linhas do BNDES são bem mais acessíveis quando comparadas às taxas do mercado. Via BNDES os juros variam entre 10% e 12% ao ano. No caso do Finame agrícola, os juros são mais baixos (8,75% ao ano). O prazo dos financiamentos varia de acordo com o perfil do negócio. (Veja quadro)

BRASIL – Enquanto Mato Grosso recuou 11,72% em volume de financiamentos, o restante do país registrou queda de 6% ante o mesmo período de 2010. Na avaliação dos técnicos, essa pequena retração já consta do cenário do Banco para 2011. "Trabalhamos com um orçamento para o ano de R$ 145 bilhões, o mesmo de 2010, e certamente chegaremos perto disso”, afirmou Gabriel Visconti, chefe do Departamento de Orçamento da área de Planejamento, prevendo que os desembolsos vão aumentar a média mensal no segundo semestre. O indicativo é o número de aprovações de operações de crédito, que subiu 6% até maio. "É uma questão sazonal. No primeiro semestre a média mensal desembolsada é sempre menor que a do segundo. Tem carnaval, semana santa e a maioria das empresas ainda está finalizando o orçamento de investimentos para o ano".

Nos primeiros seis meses deste ano a média mensal de desembolsos está entre R$ 8 bilhões a R$ 9 bilhões. "Estamos projetando para o segundo semestre algo na faixa de R$ 12 bilhões mensais". Na avaliação de Visconti, a desaceleração da economia não deverá afetar o desempenho do BNDES até o fim do ano. "Os desembolsos previstos já estão na nossa carteira. As operações que entrarem agora são para 2012, à exceção da Finame".

"Caso haja uma desaceleração no ritmo da economia, se a tendência da Selic a subir ficar na taxa atual de 12,5%, o investimento deve voltar ao normal," diz Visconti. "A expectativa do BNDES é que o investimento na economia continue a crescer acima do PIB, este ano". A participação do BNDES na formação bruta de capital fixo, a equação que mede o investimento, é de 18%. Se não houver impacto sobre as liberações do Banco, a taxa pode continuar a crescer, garantindo um aumento da participação do investimento no PIB, hoje próximo a 19%, insuficiente para sustentar um crescimento econômico do país de 5% ao ano.





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