Cientistas do INPA simulam aquecimento global em ambiente aquático
Cientistas do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) irão recriar artificialmente o ambiente aquático da Amazônia, porém de maneira mais quente. O objetivo é descobrir como animais e plantas se comportarão diante do aquecimento global.
O projeto terá como coordenador o diretor do INPA, Adalberto Val. "Muitos pesquisadores olham para os animais terrestres quando fazem projeções, mas se esquecem da vida aquática", afirmou à Folha de S. Paulo.
Só na Amazônia há mais de três mil espécies de peixes conhecidas, boa parte delas é endêmica (só ocorrem nesta região).
O primeiro passo dos cientistas para a realização do experimento será coletar dados na Amazônia sobre umidade, quantidade de oxigênio, gás carbônico e outras variáveis para testar esse ambiente diante das mudanças climáticas. O segundo passo será projetar os dados em três ambientes artificiais: brando, mediano e drástico. Anualmente, os cientistas acompanharão, digitalmente, cada ambiente.
"Os cenários não corresponderão exatamente à realidade, mas queremos investigar se esses animais conseguirão se adaptar às [novas] condições", disse Val.
A ideia do projeto é ter cenários baseados em três projeções do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) para 2100. Cada ambiente terá 25 metros cúbicos e será fechado de forma que não sofra interferência do homem. Os cenários terão dez espécies de peixes, cinco espécies de plantas (quatro aquáticas e uma semi-terrestre), quatro espécies de microorganismos do rio Negro e três espécies de insetos.
Os pesquisadores acreditam que os truques para sobreviver ao aquecimento estão no DNA dos animais desde o período Jurássico, quando o clima era mais quente. Com informações da Folha.
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