Palácio do Planato disse que ele será corresponsabilizado caso faça acusações hoje no Senado
Governo tenta esfriar tom do depoimento de Pagot
A Folha de S. Paulo de hoje relata que, preocupado com o tom que pode ser adotado por Luiz Antônio Pagot, em seu depoimento no Senado Federal, agora de manhã, o governo Federal montou uma estratégia para acalmar o ânimo do afilhado político do senador Blairo Maggi (PR).
Confira a reportagem da jornalista Kátia Seabra:
O governo montou estratégia para impedir que o depoimento do chefe afastado do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Luiz Antonio Pagot, seja explosivo.
A pedido do Planalto, aliados de Pagot e dirigentes do Ministério dos Transportes alertaram que ele será corresponsabilizado caso faça acusações hoje no Senado.
A Folha apurou que, além do PR, técnicos do governo o procuraram para pedir serenidade e avisar que qualquer arroubo será um tiro no pé. O senador Blairo Maggi (MT), que o indicou ao Dnit, também foi recrutado.
Para conter Pagot, líderes aliados admitiram até sua permanência no cargo.
Apesar do esforço, o Planalto teme que ele perca o controle sob pressão da oposição. Até porque o próprio PR manteve ontem o tom de ameaça. Descontente com a escolha do novo ministro dos Transportes, a sigla poderia incentivar Pagot a falar.
Blairo disse que Pagot tem "na cabeça" tudo o que acontecia no Dnit e que todas as elevações no valor de obras estão registradas.
Embora repetisse que o governo não tem o que temer, o senador deixou claro que Pagot dividirá responsabilidades pela execução de obras.
"Ninguém pode decidir sozinho. É uma questão de governo. Não adianta tirar a responsabilidade das pessoas ou fugir de responsabilidade. Tudo que foi feito em termos de obras, de incluir mais, está escrito em algum lugar."
Pagot negou ter sido pressionado por Blairo: "Ele perguntou se eu estava preparado para o depoimento, mas me deixou bem à vontade."
O senador disse que Pagot não citará nomes no depoimento, mas terá "a oportunidade de mostrar como as coisas funcionam".
"Não se trata de levantar dedo para um ou para outro. Não creio que seja isso, nem espero que seja isso".
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