Diretor teria procurado senadores do PR para dizer que recebeu "ordens superiores
Luiz Pagot pode implicar Dilma no esquema do DNIT
O diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antonio Pagot (PR), não deverá aceitar passivamente a demissão do cargo, já anunciada pela presidente Dilma Rousseff. Não será novidade, por exemplo, se o republicano de Mato Grosso resolver "dar o troco", por assim dizer, na medida certa.
Pagot estaria disposto a aproveitar a ida ao Senado, em breve, para contar "toda a verdade" sobre o episódio que gerou seu afastamento do cargo, na semana passada.
E uma das estratégias seria nada menos do que buscar implicar a própria presidente da República no suposto esquema de superfaturamento de obras públicas, por meio do DNIT.
Como divulgado, a Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado aprovou, na manhã de hoje (7), convite para que Pagot preste esclarecimentos sobre suposto superfaturamento de obras sob responsabilidade do Ministério dos Transportes.
Em sua coluna, no UOL, o jornalista Josias de Souza, da Folha de S. Paulo, alerta, por exemplo, que "depois de converter afastamento em férias, Luiz Antonio Pagot percorre os subterrâneos da crise dos Transportes como um fio desencapado".
Segundo o jornalista, com base no que diz em privado, o ainda diretor-geral do DNIT estaria disposto a produzir "um curto-circuito antes de ser desligado em definitivo da tomada".
Na verdade, Souza faz referência a uma nota publicada pelo jornal paulista, na coluna "Painel", segundo a qual Pagot teria procurado senadores do PR para afirmar que parte do superfaturamento de obras atenderia a "ordens superiores".
Confira a nota do "Painel":
"A queda de Alfredo Nascimento pode não significar o encerramento da crise instalada no setor de Transportes. Luiz Antonio Pagot, um dos pivôs do episódio, procurou senadores do PR para dizer que parte dos aditivos a obras foi feita para alavancar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff, em 2010.
Ressaltando não ter havido irregularidade nessas ações, o diretor-geral do DNIT - cuja exoneração já está anunciada para depois de suas férias - afirma que recebia "ordens superiores", entre outros, de Paulo Bernardo, então no Planejamento, hoje nas Comunicações.
Pagot foi aconselhado a submergir, mas a oposição quer ouvi-lo em comissão do Congresso".
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