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Nacional
Quinta - 07 de Julho de 2011 às 13:58

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A primeira mesa desta quinta (7), "A Escrita e o Território", reuniu três experiências de educação e interação social. Trabalhando com literatura, arte e arquitetura, três mulheres debateram sobre formas de melhorar a vida comum e transformar os espaços reais em espaços simbólicos.

A antropóloga francesa Michèle Petit citou exemplos de projetos com a leitura na Argentina. Uma das experiências, realizada por Mirta Collangello em Bahía Blanca, trabalhou com crianças em abrigos, misturando leituras de poemas com passeios pela natureza local. As atividades terminavam com a troca de correspondência entre as crianças. "Ali vai sendo tecido um espaço poético que se abre depois sobre outros espaços. A palavra escrita desliza para dentro da vida", contou Petit.

"Para que o espaço seja habitável, ele precisa ser povoado de histórias, para que possamos construir nosso próprio discurso interior", disse.

Já a fotógrafa Marie Ange Bordas mencionou a possibilidade de dar voz às pessoas por meio da arte. Falou uma fotonovela que ajudou a realizar num campo de refugiados no norte do Quênia. "Eu perguntava aos meninos "Como é sua vida?". E eles repetiam o discurso das agências humanitárias: "Aqui tem Aids, aqui falta comida...". Acharam que era a resposta que eu queria ouvir. A ideia foi usar a ficção para destruir esse discurso pronto e fazer com que contassem sua própria história."

A arquiteta Dominique Gauzin-Müller falou de "arquitetura ecorresponsável". "Em "eco" há ecológico e econômico. Em responsável há o cultural e o social." Ela citou o exemplo da cidade estudantil de Tubingen, na Alemanha. Ali, os imóveis não são feitos por construtoras, mas pelos próprios habitantes, em grupos que têm o apoio da prefeitura e de arquitetos engajados.

"Eles transformaram o patrimônio, não hesitaram em misturar o novo e o antigo. Há bairros mistos de comercio e residência, e os térreos dos prédios são sempre espaços de atividade --consultórios médicos, ateliês etc. Assim a rua está sempre cheia. A prioridade é dada às bicicletas e aos pedestres."

Ela conta que, quando a iniciativa começou, os bancos ficavam reticentes de emprestar dinheiro as pessoas. Hoje, "70% dos imóveis locais são construídos dessa forma".






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