PR pede para participar da escolha do substituto de Nascimento

Ao final da reunião com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), senadores do PR afirmaram que o partido não sai magoado com o governo pela saída de Alfredo Nascimento dos Transportes, após denúncias de corrupção. No encontro, líderes do partido só pediram para participar da definição do novo nome para comandar o ministério.

Assim que terminou a reunião, Ideli seguiu para uma conversa com a presidente Dilma Rousseff. O nome mais cotado é do senador Blairo Maggi (PR-MT), que já chegou a ser sondado para assumir o cargo.

O senador deixou o Planalto sem que a reunião da ministra com a bancada tivesse terminado.

Ao deixar a reunião, Maggi foi questionado por jornalista se ele seria o novo ministro. A resposta foi um sinal da cruz e um "Deus me livre".

Maggi chegou a falar para Ideli que estava chateado com a "injustiça" feita com o diretor-geral do Dnit, Luiz Pagot. Principal alvo das denúncias de superfaturamento de obras e pagamento de propina, Pagot estava entre os integrantes da cúpula dos Transportes que a presidente determinou o afastamento.

Pagot, no entanto, entrou com pedido de férias de 30 dias. Maggi é aliado de Pagot e teria feita a indicação para o posto. O senador disse a Ideli que se for para Pagot ser demitido quando voltar de férias, ele poderia sair agora.

Durante a reunião, o senador Magno Malta (ES) recebeu uma ligação de Nascimento avisando que pediria demissão.

Até o telefonema, Ideli disse que não tinha sido autorizada pela presidente a negociar com o partido a troca no comando da pasta. A avaliação dos correligionários é que a pressão foi tanta que ele tomou a iniciativa de se demitir.

O PR agora espera ter a garantia de que vai discutir o nome do novo ministro com o governo em um segundo momento. Malta disse que "de jeito nenhum" será definido hoje. "Fazer coisa atabalhoada só da chance para que na próxima semana um novo escândalo aconteça", disse.