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Politica Brasil
Sábado - 02 de Julho de 2011 às 09:15

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Alan Marques/Folhapress
Ministro da Defesa, Nelson Jobim, cumprimenta FHC durante homenagem ao tucano no Senado
Ministro da Defesa, Nelson Jobim, cumprimenta FHC durante homenagem ao tucano no Senado

Depois de conversar por mais de duas horas com a presidente Dilma Rousseff, o ministro Nelson Jobim (Defesa) disse na sexta-feira (1º) que "estão querendo fazer intriga", porque ele não está demissionário e suas relações com Dilma "estão ótimas". A culpa, segundo ele, é da imprensa.

Na versão do ministro à presidente e depois à Folha, ele afirmou que se referia a "alguns jornalistas" quando disse, na festa pelos 80 anos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no Congresso, que "os tempos mudaram" e que "os idiotas perderam a modéstia". Ou seja, os idiotas seriam jornalistas.

No discurso para FHC, o ministro citou Nelson Rodrigues: "Ele dizia que, no seu tempo, os idiotas chegavam devagar e ficavam quietos. O que se percebe hoje, Fernando, é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância [...] com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento".

A avaliação corrente foi a de que o ministro estava defendendo o governo tucano e atacando indiretamente o governo do PT. Na sexta-feira, ele usou o final da frase --""escrevem para o esquecimento"-- para justificar que se referia a jornalistas, especificamente àqueles que foram críticos ao governo FHC.

Houve, porém, outros momentos dúbios do discurso. "Se estou aqui, foi por sua causa", declarou a FHC, sem citar Dilma nem Lula.

Também disse que o tucano "nunca levantou a voz para ninguém, nunca criou tensionamentos entre os que o assessoravam", o que foi interpretado como comparação com Dilma, que tem fama de gritar com assessores.

Segundo Jobim, não foi alusão a ninguém, mas sim "uma constatação, a de que o Fernando [Henrique] tem um ótimo temperamento".

Uma curiosidade é que militares acharam graça da hipótese de Jobim criticar o estilo duro de Dilma. Segundo eles, seria "o sujo falando do mal lavado", pois Jobim também grita com assessores.

Quem falou pelo Planalto foi a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), que acompanhou o encontro dos dois. Ela disse que o tom foi ameno e negou que a fala sobre "idiotas" tenha sido um recado para o governo.

Já para o líder do governo no Congresso, Mendes Ribeiro (PMDB-RS), a frase "permite que a gente avalie a entrevista como uma coisa próxima de sua inteligência".

O ministro disse que, ao recebê-lo, Dilma brincou: "Estão querendo intrigar a gente?". Na versão dele, o encontro já estava marcado para as 11h, para tratar do sigilo de documentos. Na versão do Planalto, Dilma cancelou viagem, às 12h, devido ao mau tempo no Paraná.






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