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Nacional
Quarta - 29 de Junho de 2011 às 13:37

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O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, afirmou que a aprovação do pacote de ajuste fiscal na Grécia não acaba com as incertezas em relação à economia internacional.

"A aprovação desse pacote foi positiva, mas há outros problemas que podem emergir a partir dos próximos meses", disse Hamilton. "A única certeza no cenário internacional é que há muita incerteza."

Segundo o diretor, há dúvidas, por exemplo, sobre o comportamento dos preços das commodities no mercado internacional, um dos fatores mais importantes em relação à inflação no Brasil.

"Avaliamos que haverá continuidade na recuperação da atividade global, mas em ritmo menos moderado do que o esperado em março", afirmou.

APROVAÇÃO

O Parlamento grego aprovou nesta quarta-feira um amplo pacote de medidas de austeridade que prevê arrecadar 28 bilhões de euros (R$ 63 bilhões) com cortes de gastos e aumento de impostos até 2015, em contrapartida a nova ajuda financeira da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A aprovação era esperada pelo mercado financeiro, em especial o europeu, que acompanhou o voto com atenção e preocupação --caso as medidas não fossem aprovadas, a Grécia não receberia o dinheiro necessário para evitar um calote da dívida que afetaria toda a zona do euro e que poderia chegar tão cedo quanto mês que vem.

Segundo a rede de TV CNN, o pacote foi aprovado com 155 votos a favor, 138 contra e 7 abstenções ou faltas. O governo precisava de uma minoria simples, de 151 dos 300 votos da Casa.

O pacote era defendido há meses pelo governo, que enfrentou greve geral, manifestação e violência nas ruas de Atenas contra os novos cortes.

PLANO

O premiê grego, Giorgios Papandreou, se comprometeu nesta quarta-feira a fazer todo o possível para evitar o impacto da dívida do país.

"Não há plano B para salvar a Grécia", insistiu Papandreou na tribuna do Parlamento. "Faremos tudo para evitar ao país o que supõe a bancarrota", declarou, ao recordar o risco de que, neste caso, não poderiam ser pagos salários ou aposentadorias.

A Grécia, uma das mais afetadas pela crise da dívida europeia, já recebeu em 2010 um pacote de resgate de US$ 160 bilhões da União Europeia e do FMI. O país, contudo, não conseguiu cumprir as metas fiscais previstas.

O pacote de austeridade era exigido pelos europeus em troca da quinta parcela do primeiro pacote (de 12 bilhões de euros previsto para julho) e do novo pacote de resgate, que deve ultrapassar os US$ 100 bilhões.






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