A polícia mexicana deteve um ex-militar considerado o chefão do cartel da droga de Los Zetas, vinculado à matança de 72 imigrantes da América Central e do Sul, no ano passad,o em San Fernando (Tamaulipas, nordeste). Dezenas de valas comuns, com os corpos, foram descobertas em abril no mesmo local, anunciou o governo nesta sexta-feira.
Édgar Huerta, conhecido como "El Wache", admitiu que, em agosto de 2010, "chefiou pessoalmente o roubo de dois caminhões de carga que levavam escondidos, em seu interior, mais 70 imigrantes ilegais" que foram assassinados, segundo o responsável pela divisão antidrogas da secretaria de Segurança Pública, Ramón Pequeño.
Estes mortos faziam parte parte dos 72 imigrantes de Brasil, El Salvador, Honduras, Guatemala e Equador aprisionados quando tentavam chegar aos Estados Unidos e fuzilados numa fazenda de San Fernando, informou à AFP um outro funcionário da secretaria.
Rampon Pequeño também relacionou Huerta, de 22 anos, à descoberta, em abril, de 183 corpos em várias fossas clandestinas escavadas em San Fernando.
"El Wache" informou ter ordenado o sequestro de pelo menos seis automóveis e seus passageiros foram torturados para verificar se eram membros do cartel rival do Golfo. Uma parte dessas pessoas, contou, foram mortas e enterradas em valas comuns.
Umas 55 pessoas, presumivelmente vinculadas às fossas teriam sido detidas anteriormente, entre elas 16 policiais de San Fernando, acusados de colaborar com Los Zetas, além de Martín Omar Estrada Luna, o "El Kilo", apontado como líder da célula de Los Zetas, responsabilizada pelos assassinatos.
Édgar Huerta, detido na quinta-feira, no estado de Zacatecas (norte) junto com uma mulher, afirmou ter sido chefe de "El Kilo" e assassinado pessoalmente 10 pessoas.
O cartel de Los Zetas é uma organização criada nos anos 90, chefiada por ex-militares que lutam contra os integrantes de outro grupo, o cartel del Golfo desde que se separaram, há um ano e meio.
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