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Agronegócios
Terça - 07 de Junho de 2011 às 10:49

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Franquia é garantia de sucesso e não apresenta riscos. Abrindo uma franquia, a chance de enriquecer é muito grande. As franquias estrangeiras são mais eficientes e rentáveis do que as brasileiras ... Estes são alguns dos mitos que permeiam o sistema de franchising na visão de Melitha Novoa Prado, consultora de varejo e franchising nas áreas jurídica e estratégica.
 
“Nestes mais de vinte anos de atuação com redes de franchising, percebo que ainda há muita desinformação e alguns mitos. Os investidores precisam estar cientes de como funciona o sistema antes de abrir uma franquia”, reforça a consultora. Na próxima semana, na cidade de São Paulo, acontecerá mais uma edição da ABF Franchising Expo, a segunda maior feira de franquias do mundo, promovida pela Associação Brasileira de Franchising.
 
A seguir, as observações de Melitha:
 
 
1-     Achar que só são boas as franquias estrangeiras ou as que são bastante conhecidas e reconhecidas no mercado –Para ser bom, não precisa ser ‘famoso’, americano ou europeu. No Brasil, há ótimas empresas: formatam bem, mantêm bom relacionamento com os franqueados, tem uma consultoria de campo eficiente, sabem resolver conflitos e buscar boas soluções para a rede, etc. Isso é que precisa ser analisado. Não é possível avaliar objetivamente o sistema de franquia de uma empresa, afinal, o que é bom para o Spoleto, por exemplo, pode não ser bom para o Ragazzo. O que funciona no Mc Donalds. nem sempre dá certo no Bob´s.
 
2-     O Franqueador está sempre certo, ele sabe tudo porque é o dono da marca. Franqueados têm de obedecer – O sistema de franchising deixou de ser vertical. Hoje ele é horizontal, interativo e bilateral. Quem compra uma franquia atualmente quer opinar, participar, questionar. Já conhece bem o sistema e não aceita ordens de cima para baixo. Todo franqueado quer um franqueador que admira e que o ouça.
 
3-     Comprando uma franquia, trabalharei menos e tenho ótimas chances de ficar rico – Uma franquia é um negócio próprio – ainda que o franqueado trabalhe com uma marca já conhecida ou reconhecida e tenha um apoio de um importante parceiro. Tem de trabalhar muito, se esforçar, dedicar-se porque o resultado não vem fácil. O franqueador não é um patrão; franquia não é emprego. Sem comprometimento e ação, não haverá resultados satisfatórios.
 
4-     Franqueador: “vou transformar meu negócio em franquia porque quero expandir” – Para ser franqueador é preciso vocação. Nem todo empresário nasceu para ser franqueador. Qualidades como ser generoso e doador são essenciais. Até porque o sucesso do franqueado deve ser o maior objetivo do Franqueador. Também nem todo negócio pode ser transformado em franquia. Franquia não é um sistema bom para todos os negócios. É preciso avaliar bastante cada caso para decidir o melhor caminho a seguir.
 
5-     O maior problema das franquias é a destinação do fundo de propaganda – Fundo de propaganda é algo tangível. Por esta razão, é fácil ‘culpá-lo” como gerador de insatisfação na rede. Franqueadores precisam ter sensibilidade para entender que a real insatisfação do franqueado, por vezes,  pode ser muito mais profunda. Muitos reclamam do Fundo, por exemplo, mas na verdade o que gera o desconforto é a falta de reconhecimento do seu trabalho como franqueado ou a própria ausência do franqueador na relação. É preciso investir tempo para manter o relacionamento com a rede saudável e satisfatório.
 
 
6-     Franquia é sucesso certo. Não são necessários nem talento nem aptidão. Afinal de contas vou receber capacitação e treinamento para exercer a atividade franqueada. Grande maioria dos candidatos a franquia vem com essa ideia na cabeça. Analisam superficialmente o negócio franqueado, não refletem sobre seu próprio perfil e muito menos se aprofundam na essência da franquia. Resultado é desastroso. Cuidado! O treinamento oferecido pelo Franqueador não substitui, de forma alguma, os talentos e aptidões inatos do candidato. Treinamento de franqueado não faz milagre se o individuo não se identifica com a operação e principalmente com o produto ou serviço franqueado. Não temos como fugir da seguinte regra: penas alcançamos a excelência quando fazemos o que gostamos, com paixão e prazer.
 
7-      A Franquia não tem risco. A Marca anda sozinha. O Franqueado não precisar ser empreendedor.  Falso. Nenhuma franquia atinge um patamar de sucesso se não possuir uma rede de franqueados qualificados, antenados, dedicados e empreendedores. O trabalho junto ao mercado consumidor é exaustivo, permanente e desgastante. Trabalhar para satisfazer o consumidor requer persistência, tolerância e boa-vontade. Franqueado tem que ter consciência que para atingir o resultado desejado deverá trabalhar muito e se dedicar sem descanso para o crescimento da sua franquia.
 
 
 
Sobre Melitha Novoa Prado
 
Um dos nomes mais conhecidos em franchising, Melitha Novoa Prado é consultora jurídica e estratégica especializada em redes de franquia, varejo e cadeias de negócios. Há mais de 20 anos, atende empresas franqueadoras e acompanha a evolução do sistema no Brasil e no mundo. Fez cursos nas áreas de Marketing Pleno e de Negociação Inteligente e tem o MBA em Gestão em Varejo para Franquia da Fundação Instituto de Administração (FIA). Autora de diversos artigos e entrevistada em várias reportagens de jornais e revistas nacionais sobre tema, publicou, em 2008, o livro Franchising: na Alegria e na Tristeza, no qual aborda sua experiência com os aspectos que regem o relacionamento de franquia. Melitha também é árbitra pelo Caesp (Conselho Arbitral do Estado de São Paulo). 





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