Antes de decidir se mantém Antonio Palocci na chefia da Casa Civil, a presidente Dilma Rousseff vai consultar a opinião de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, e de outros aliados. Segundo informações da Folha de S. Paulo que chega às bancas neste domingo, avalia-se no Palácio do Planalto que as entrevistas de Palocci à mídia vieram tarde demais, e não seriam suficientes para debelar a crise política que se formou nas últimas três semanas.
Segundo o jornal, Palocci conversou brevemente na noite de sexta-feira com a presidente sobre o conteúdo das entrevistas dadas no mesmo dia ao Jornal Nacional, da Rede Globo, e à Folha de S. Paulo. Dilma teria ficado satisfeita com o fato de Palocci ter deixado claro na entrevista ao jornal que ela não foi informada sobre suas atividades como consultor de empresas. Lula chegou ao Brasil na sexta-feira, após uma viagem a Cuba e à Venezuela. Segundo a Folha, ele e Dilma, tinham combinado de conversar no fim de semana sobre a situação.
Entenda o caso
Reportagem do jornal Folha de S. Paulo publicada no dia 15 de maio informou que Palocci multiplicou por 20 seu patrimônio em um período de quatro anos. Na Câmara, o PSDB levantou suspeitas sobre a liberação rápida da restituição do Imposto de Renda para uma empresa que teria, em contrapartida, financiado a campanha da presidente Dilma Rousseff. O ministro Palocci teria prestado consultoria para a empresa.
Na noite de sexta-feira, em entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, Palocci afirmou que sua empresa de consultoria, a Projeto, não atuou com contratos públicos. O ministro disse que trabalhou em fusão de empresas, mas que nunca atuou junto ao Banco Central, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) ou ao Ministério da Fazenda, para resolver problemas das empresas.
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