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Internacional
Sexta - 03 de Junho de 2011 às 18:54

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O ditador do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, está em bom estado de saúde e deve fazer uma aparição ainda nesta sexta-feira para provar que sobreviveu ao ataque de mísseis contra a mesquita do palácio presidencial em Sanaa.

No ataque, Saleh sofreu ferimentos leves no pescoço. Outras sete autoridades foram feridas e quatro guardas morreram.

"Sua excelência, o presidente, está em boa saúde. [...] Ele vai se recuperar, se Deus quiser", disse Abdu al-Janadi, vice-ministro de Informação.

Janadi afirmou ainda que o regime abriu uma investigação sobre o ataque.

A TV Al Arabiya afirmou que o governo culpa o Hashid, liderado pelo xeque Sadeq Al Ahmar, pelo ataque contra o palácio presidencial. Ahmar negou, contudo, o ataque e disse que foi uma estratégia de Saleh para justificar a escalada da violência do governo no confronto nas ruas da capital.

O palácio presidencial foi atingido por mísseis nesta sexta-feira, na esteira dos confrontos entre as forças de Saleh e militantes do Hashid, que transformaram Sanaa em um campo de batalha desde 23 de maio.

Os mísseis atingiram a mesquita do complexo, no momento em que Saleh e vários membros do alto escalão do governo estavam rezando --sexta-feira é o dia mais importante de orações para os muçulmanos.

Os relatos sobre a gravidade dos ferimentos de Saleh são conflitantes. As agências citam autoridades dizendo que ele foi tratado no palácio e outras de que foi levado ao hospital.

A TV estatal iemenita se apressou em divulgar um comunicado dizendo que Saleh estava "bem de saúde" e negando relato de uma TV opositora de que o ditador foi morto.

Segundo as agências de notícias e a TV Al Arabiya, os mísseis também feriram o presidente do Parlamento, Yahya Ali al-Raee, além do primeiro-ministro, Ali Muhammad Mujawar. Os mais gravemente feridos foram o governador de Sanaa, Nooman Dweid, e o vice-primeiro-ministro Rashad al Alimi, que está inconsciente.

Em retaliação, as forças leais a Saleh bombardearam casas de líderes do Hashid. O bombardeio foi confirmado por fontes de segurança iemenitas à agência de notícias Reuters. Não há mais detalhes ou informação sobre vítimas.

BATALHA

Caso seja confirmado o ataque dos oposicionistas, será a primeira vez que os militantes tribais atacaram diretamente o palácio de Saleh.

Os mísseis vieram depois das forças do governo lançarem intensa artilharia na casa de dois líderes tribais e um general do alto escalão que se uniu aos opositores. Testemunhas dizem que as casas foram destruídas.

Após quatro meses de protestos populares violentamente reprimidos pelo regime de Saleh, que se nega a deixar o poder, a revolta adquiriu outra magnitude com o início de combates intensos em Sanaa entre forças leais ao presidente e partidários de Ahmar.

Os confrontos começaram quando forças de segurança tentaram invadir a residência de Ahmar em Sanaa, no último dia 23. Desde então, forças de segurança do governo e guardas tribais trocam disparos de armas pesadas e mísseis pelas ruas da capital. Mais de 150 pessoas morreram e a população de Sanaa foge em pânico, com temor de uma guerra civil.

Saleh pertence à Hashid, mas o xeque Ahmar anunciou em março passado que apoiaria a revolta popular contra o ditador. O xeque apelou a alianças históricas para trazer outras influentes tribos iemenitas, donas de milícias bem armadas, para o confronto.






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