Apesar da entrevista concedida ontem pelo presidente da Fifa, Joseph Blatter, tentando acalmar a situação e dizendo que não iria seguir com uma investigação de compra de votos para as eleições das Copas de 2018 e 2022, os bastidores antes do início do Congresso da entidade máxima do futebol estão agitados em Zurique. Durante a manhã, foi divulgado que um suposto "delator" iria dar uma entrevista comprovando a compra de votos para a sede da Copa do Mundo de 2018.
Foi cogitado que a entrevista poderia ser com o autor do relatório das denúncias da Federação Inglesa de Futebol (FA), James Dingemans, ou com um ex-membro da Fifa que teria informações privilegiadas. A notícia fez com que os jornalistas que estavam de plantão na frente do hotel onde estão hospedados os representantes das entidades nacionais corressem em direção ao local onde aconteceria a suposta entrevista.
Chegando lá, nenhuma entrevista foi dada. Segundo a imprensa suíça, o "delator" foi aconselhado pela Justiça local a não dar entrevistas para não atrapalhar investigações sobre o caso. Além do nervosismo por conta das possíveis novas denúncias, o alto escalão da entidade se preocupa com a tentativa da Inglaterra de adiar a eleição presidencial da Fifa, marcada para esta quarta-feira.
O presidente da FA, David Bernstein, defendeu nesta terça-feira esta decisão como forma de "dar mais credibilidade ao processo" e para que algum candidato alternativo de reforma possa concorrer no pleito. O atual mandatário da Fifa, Joseph Blatter, concorria com Mohamed Bin Hammam, do Catar, que retirou a candidatura por supostos casos de corrupção.
Em meio a todo este emaranhado de dúvidas e denúncias, os membros da Fifa participam nesta terça-feira da Cerimônia de Abertura do 61º Congresso, com direito a shows de malabarista, grupo de dança e da cantora Grace Jones, que fez sucesso na década de 80. A expectativa da imprensa do mundo inteiro que faz plantão em Zurique é para novas declarações de Joseph Blatter durante o evento.
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