Tortura ainda é praticada na Tunísia, diz ONU
Uma autoridade sênior da ONU (Organização das Nações Unidas) afirma que atos de tortura ainda são praticados na Tunísia, mesmo depois da queda do regime do ex-presidente Zine el Abidine Ben Ali.
Após uma semana de investigações no país, o relator especial da ONU para tortura, Juan Mendez, disse à BBC que a revolta popular que derrubou Ben Ali --e que deu início à atual onda de manifestações no mundo árabe e muçulmano-- não foi suficiente para erradicar a tortura, praticada pelas forças de segurança tunisianas.
Mendez disse ter ouvido testemunhos confiáveis de vítimas e afirmou que as autoridades tunisianas precisam se esforçar mais para mostrar que abusos cometidos pelas forças de segurança não serão mais tolerados.
MORTES
À agência France Presse, Mendez declarou também que cerca de 300 pessoas foram mortas na Tunísia durante os distúrbios que levaram à queda de Ben Ali, entre 17 de dezembro e 14 de janeiro. Outras 700 ficaram feridas.
A visita do relator da ONU foi a primeira de um especialista independente de direitos humanos à Tunísia desde a queda do regime de Ben Ali.
O presidente, que ficou no poder durante 23 anos, foi forçado a renunciar em 14 de janeiro, após uma onda de levantes populares que se espalhou para outros países do norte da África e do Oriente Médio.
A Tunísia está sob um governo de transição e espera realizar eleições em 24 de junho.
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