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Nacional
Segunda - 16 de Maio de 2011 às 13:37

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A área de Abastecimento da Petrobras fechou o primeiro trimestre com prejuízo, diferentemente do forte lucro da companhia como um todo, devido ao aumento do custo do petróleo e ao não repasse dessas elevações na comercialização de alguns derivados.

De acordo com o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, os preços do petróleo tipo Brent registraram alta de 37% no primeiro trimestre, na comparação com igual período do ano anterior. Isso levou à perda de R$ 95 milhões da divisão de Abastecimento nos três primeiros meses do ano, já que a área adquire o petróleo extraído pela área de Exploração e Produção a preços internacionais.

"Existe volatilidade no custo da matéria-prima e não está sendo repassada para o consumidor", afirmou Barbassa a jornalistas, durante encontro para comentar os resultados da estatal no primeiro trimestre, divulgados na sexta-feira.

"Enquanto a gente não fizer o ajuste (do preço dos derivados) se houver a tendência de estabilidade do preço internacional, ou se houver a manutenção da incerteza, o resultado da área de Abastecimento estará refletindo essa realidade", explicou o executivo.

Barbassa, no entanto, não disse que a estatal gostaria de elevar os preços dos combustíveis de forma imediata. "Só repassaremos quando houver estabilidade no mercado (de petróleo)", afirmou. A Petrobras como um todo registrou forte lucro de R$ 10,9 bilhões no período.

O resultado financeiro foi um dos pontos fortes do período, beneficiado pela queda do dólar frente ao real, que gerou um ganho cambial de R$ 2 bilhões na dívida denominada em dólar da empresa, ou 80% do total do endividamento, segundo Barbasa. "O câmbio gerou ganho contábil de R$ 2 bilhões, não entrou dinheiro no caixa", esclareceu o diretor.

A questão de um aumento ou não dos combustíveis pela estatal ganhou complexidade nos últimos eses devido à elevação da inflação no Brasil e os esforços do governo em tentar segurar qualquer aumento da pressão de alta em preços.

Barbasa confirmou que no governo existem conversas para utilizar a redução de impostos em uma eventual alta dos preços da Petrobras, como já ocorreu no passado, mas não deu detalhes. "Isso é uma possibilidade, mas nada de concreto temos sobre isso", informou.

O mercado de petróleo segue bastante volátil, mas poucos acreditam que a commodity retornará aos níveis pré-distúrbios no Oriente Médio e norte da África. Por volta das 12h30 (horário de Brasília) o petróleo tipo Brent era negociado a US$ 113,30 o barril, em queda de 0,47%. Nos EUA, o petróleo WTI caía 0,6%, para US$ 99 o barril.

Barbassa comentou também sobre o novo plano de investimentos da estatal, cuja aprovação foi adiada a reunião do conselho de administração da última sexta-feira após pedidos de mais detalhes e explicações. Segundo ele, não há uma data limite para a divulgação do novo plano, para o período 2011-2015. "Não temos prazo, vamos trabalhar para concluir o mais rapidamente possível o que for necessário para os estudos e submeter ao conselho", disse Barbassa.

O plano indicará quanto a empresa ainda terá que captar no mercado nos próximos cinco anos. Este ano a empresa lançou bônus no valor de US$ 6 bilhões no primeiro trimestre e fez empréstimos bancários externos no valor de US$ 1,5 a US$ 2 bilhões, informou.

Ele disse que as taxas bancárias em algum momento são mais atrativas que a emissão de bônus - que no caso da colocação do início do ano teve custo de 5% ao ano -, mas não informou os juros e nem os bancos que realizaram o empréstimo.

"Isso não quer dizer que vamos nos afastar do mercado, estamos sempre olhando as possibilidades e sabemos que a longo prazo vamos precisar de recursos, disse Barbassa. Pelo plano anterior a empresa previa investir US$ 224 bilhões de 2010-2014. A expectativa é de que o plano 2011-2015 fique acima desse valor, mas que não dê um grande salto.





Fonte: Reuters

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