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Polícia Brasil
Sábado - 14 de Maio de 2011 às 09:56
Por: Celso Calheiros

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Agência A Tarde
Na ânsia pelo dinheiro, ataques deixam caixas completamente destruídos
Na ânsia pelo dinheiro, ataques deixam caixas completamente destruídos

A onda de ataques a caixas eletrônicos registrada agora em São Paulo, já causa dor de cabeça às polícias do Nordeste há pelo menos três anos. O uso de explosivos se tornaram frequentes na região. Após agências e terminais sofrerem ataques desse tipo em 2008 e 2009, foi em 2010 que o número de casos esquentou. Só em Pernambuco, segundo o Ministério Público do Estado, foram 40 casos e neste ano já ocorreram 19 furtos.

"Um grande volume desse tipo de assalto foi registrado no segundo semestre do ano passado", apontou o diretor do departamento de Repressão aos Crimes contra o Patrimônio da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros. Segundo ele, o tipo de crime teve seus primeiros registros em São Paulo, mas em seguida foi reproduzido na Paraíba, onde se desenvolveu e se espalhou por outras cidades do Nordeste. Somente o Banco do Brasil, por exemplo, teve 27 terminais arrombados explosivos na região em 2010, segundo levantamento da Polícia Civil pernambucana.

Os roubos a caixas eletrônicos com uso de explosivos na região costumam ocorrer depois da meia-noite, há uma preferência por caixas em locais isolados e, a maioria das ações ocorre em cidades pequenas, com poucos policiais ou sem patrulhamento ostensivo.


MP pretende pressionar autoridades para conter criminosos
O crescimento no número de explosões de caixas eletrônicos preocupa o promotor Ricardo Van Der Linden. Ele diz que planeja pressionar as autoridades públicas, como o Exército - que tem a missão de fiscalizar o uso de explosivos no Brasil-, e empresas privadas a investirem em formas de inibir esse tipo de crime.

 

O delegado Barros admite que é árdua a tarefa do Exército de fiscalizar os explosivos durante todos os pontos de fabricação, transporte e armazenagem, geralmente em minas ou grandes obras de infraestrutura. "Temos o conhecimento de um roubo de 2 toneladas de explosivos durante o transporte no Sul do País, além de grandes roubos em minas no Maranhão e no Rio Grande do Sul", disse. Pelo cálculo do diretor do Depatri, 2 toneladas são suficientes para assaltos durante todo o ano.

Além do Ministério Público e Polícia Civil, o poder Legislativo também tenta criar medidas de repressão ao crime. Os vereadores de Olinda, município da região Metropolitana do Recife, aprovaram uma lei que determina que os bancos instalem dispositivos dentro dos caixas eletrônicos que inutilizem as cédulas quando houver arrombamento. Os vereadores sugeriram o uso de jatos com tinta ou o uso de um incinerador, tecnologias já disponíveis no País, mas ainda pouco utilizadas.

É justamente a falta de empenho no sistema de segurança dos caixas eletrônicos a principal deficiência para se combater essa modalidade de assalto, de acordo com Barros. "Os bancos não investem em segurança", disse. O delegado afirmou que, em última análise, um caixa eletrônico é apenas um cofre com muito dinheiro. "Esses dispositivos são instalados em pequenas cidades, mercadinhos, lojas de conveniência que, muitas vezes, não oferecem qualquer segurança", ressaltou.

A difusão dessa modalidade de furto é fortificada dentro dos presídios, aponta o delegado pernambucano. Atrás das grades, informações importantes são repassadas entre os presos, como o local onde os explosivos devem ser instalados, os instrumentos de serralharia que devem ser utilizados e a quantidade de explosivo necessária para se abrir o cofre, sem danificar as cédulas.





Fonte: Terra

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