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Internacional
Sábado - 07 de Maio de 2011 às 11:44

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Osama bin Laden pode ter vivido no Paquistão por mais de sete anos antes de ser morto a tiros por forças americanas, afirmaram neste sábado importantes autoridades de segurança paquistanesas, uma revelação que pode causar ainda mais irritação nos Estados Unidos quanto à presença de seu inimigo número um no país aliado.

Uma das viúvas de Bin Laden disse a investigadores paquistaneses que ele permaneceu em um vilarejo por quase dois anos e meio, antes de se mudar para a cidade de Abbottabad, onde foi morto na segunda-feira.

A mulher, Amal Ahmed Abdulfattah, afirmou a investigadores que Bin Laden e sua família passaram cinco anos em Abbottabad, onde uma das perseguições mais complexas e caras da história terminou.

"Amal (mulher de Bin Laden) disse a investigadores que eles viveram em um vilarejo no distrito de Haripur por quase dois anos e meio antes de se mudar para Abbottabad no final de 2005", disse à Reuters uma das fontes de segurança, que não quis se identificar.

Abdulfattah, ao lado de outras duas viúvas e vários filhos de Bin Laden, está entre as 15 ou 16 pessoas presas por autoridades paquistanesas no complexo após a ação.

O Paquistão, que é dependente dos bilhões de dólares dados pelos EUA, está sob forte pressão para explicar como Bin Laden passou tanto tempo despercebido no país a poucas horas de carro da central de inteligência da nação, na capital Islamabad.

Há suspeitas cada vez mais fortes de que a Agência Inter-serviços de Inteligência (ISI, na sigla em inglês), que tem um longo histórico de contato com grupos militantes, possa ter ligações com Bin Laden, ou que pelo menos alguns de seus agentes tenham tido. A agência foi descrita como um Estado dentro de outro Estado.

O Paquistão descartou tais acusações e disse que pagou o preço mais alto em vidas humanas e recursos para ajudar os EUA na guerra contra os militantes, lançada depois que os seguidores de Bin Laden realizaram os ataques de 11 de setembro de 2001, em solo norte-americano.

Autoridades de segurança disseram que o Paquistão lançou uma investigação sobre a presença de Bin Laden no país, considerada crítica para estabilizar as relações com o vizinho Afeganistão.

"É muito sério que Bin Laden tenha vivido em cidades (no Paquistão)... e não tenhamos conseguido compreender isso totalmente", disse uma das autoridades.

Líderes paquistaneses já estavam enfrentando problemas antes das revelações de que Bin Laden morava no país, e novas dúvidas foram levantadas quanto ao comprometimento das autoridades em combater os militantes.

Em Washington, uma autoridade norte-americana disse que a inteligência dos EUA tinha fixado uma vigilância em solo em Abbottabad antes mesmo da ação. Uma ligação telefônica no ano passado, para um homem conhecido como o principal mensageiro de Bin Laden, ajudou a levar a CIA ao complexo, informou neste sábado o jornal The Washington Post.

Autoridades americanas afirmaram que, entre os materiais encontrados no esconderijo de Bin Laden, estavam evidências de que a Al Qaeda planejava atacar o sistema de trens dos Estados Unidos no décimo aniversário do 11 de setembro, neste ano.

 

Osama bin Laden é morto no Paquistão
No final da noite de 1º de maio (madrugada do dia 2 no Brasil), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou a morte do terrorista Osama bin Laden. "A justiça foi feita", afirmou Obama num discurso histórico representando o ápice da chamada "guerra ao terror", iniciada em 2001 pelo seu predecessor, George W. Bush. Osama foi encontrado e morto em uma mansão na cidade paquistanesa de Abbottabad, próxima à capital Islamabad, após meses de investigação secreta dos Estados Unidos.

A morte de Bin Laden - o filho de uma milionária família que acabou por se tornar o principal ícone do terrorismo contemporâneo -, foi recebida com enorme entusiasmo nos Estados Unidos e massivamente saudada pela comunidade internacional. Três dias depois e ainda em meio resquícios de dúvidas sobre o fim de Bin Laden, a Casa Branca decidiu não divulgar as fotos do terrorista morto. Enquanto isso, Estados Unidos e Paquistão debatem entre si as responsabilidades e falhas na localização do líder da Al-Qaeda





Fonte: Terra

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