Animais estão morrendo e não têm como ser repostos. Zoológico abriga atualmente cerca de 400 animais.
Zoológico de Cuiabá está impedido de abrigar novos animais há dois anos
O zoológico da Universidade Federal de Mato Grosso, em Cuiabá (MT) completa dois anos sem poder receber novos animais. Isso porque a unidade está embargada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) devido à falta de um licenciamento ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema).
Sem poder acolher mais bichos, o biólogo responsável Itamar Assumpção estima que o zoológico já perdeu cerca de 2% do plantel devido à idade avançada. Ele admite que não há números exatos, mas acredita que aproximadamente 400 animais de 80 espécies vivam nos 11 hectares do local. São répteis, aves e mamíferos nativos de três ecossistemas brasileiros (Amazônia, Cerrado e Pantanal) que são estudados por acadêmicos de cursos como veterinária e biologia, entre outros. O zoológico da UFMT é o único no mundo localizado dentro de uma instituição pública de ensino superior.
As perdas inevitáveis de animais podem ser notadas pelos turistas e estudantes logo na entrada do zoo. A lagoa central não abriga mais as três ariranhas que costumavam se divertir por ali. Na jaula dos felinos, uma onça-pintada também morreu no ano passado com aproximadamente 25 anos.
"O Zoológico gostaria de voltar a receber animais por sermos referência no cuidado da fauna nativa", comentou o biólogo. No entanto, embargado pelo Ibama, novos animais não podem voltar a ser abrigados. Na semana passada, por exemplo, médicos veterinários do zoológico trataram de uma onça-pintada que chegou ferida, vinda do interior do Estado. Deram medicamento e assim que a onça estiver melhor, será devolvida à natureza.
Esta situação ocorre porque o Ibama, em Cuiabá, não tem estrutura para receber animais deste porte. Para o local têm sido levados apenas animais menores para que fiquem provisoriamente até que seja dada a destinação adequada para eles. Antes, os animais apreendidos em fiscalizações do Ibama e do Juizado Volante Ambiental (Juvam), ou encontrados machucados nas estradas pela Polícia Ambiental e Rodoviária Federal, eram levados exclusivamente para o zoológico da UFMT
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