O presidente do DEM em Goiás, deputado federal Ronaldo Caiado, voltou a dizer que a possível fusão entre o DEM e o PSDB, defendida esta semana pelos governadores tucanos de Minas, Antonio Anastasia, e de Goiás, Marconi Perillo, seria um "erro primário", que pode ser punido com a rejeição dos eleitores.
"Quando você propõe uma fusão, você libera geral, não quer dizer que o vereador e o prefeito do DEM tenham que ir para o PSDB, ou que o do PSDB tenha que ir para o DEM. Cada um vai para onde quiser", afirmou. Para Caiado, sob este ponto de vista, a fusão tem consequências ainda não medidas pelos seus defensores. "As pessoas que não conhecem a legislação eleitoral falam, mas não a estudam. O problema é esse", disse.
Segundo a liderança do DEM, as declarações dos governadores do PSDB são apenas afirmações de foro íntimo, e que não encontram ressonância no DEM. "Esqueça, isso não vai acontecer. Isso não existe. O partido vai continuar tranquilamente como DEM, com aquele grupo da resistência democrática no Brasil", afirmou.
Diante do argumento de que a fusão poderia render mais prefeitos eleitos nas eleições municipais do ano que vem, Caiado apresentou um argumento contra. "Nós temos os melhores quadros para disputar as eleições de 2012 e 2014", afirmou. O presidente ainda disse que o DEM pretende manter o mesmo tempo de rádio e TV, e a condição de fazer oposição ao Congresso Nacional.
Crise na oposição
Depois da derrota nas eleições presidenciais de 2010, a oposição enfrenta uma crise marcada por rachas internos e a possível fusão de PSDB e DEM. Na terça-feira, outro ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), afirmou que há possibilidade de união entre as duas legendas, mas disse que as conversas são "preliminares". Anteriormente, o senador Aécio Neves (PSDB) disse que as reuniões dos tucanos com o DEM devem começar já para a definição das candidaturas para as eleições municipais do ano que vem. Aécio, no entanto, descartou uma fusão das duas siglas.
Na capital paulista, sete vereadores haviam anunciado saída do PSDB, mas Adolfo Quintas voltou atrás e ficou no partido. Segundo o grupo dissidente, a decisão foi tomada em razão da dificuldade de diálogo com a nova cúpula do PSDB no município, presidido por Julio Semeghini.
Ao mesmo tempo, o prefeito paulistano Gilberto Kassab deixou o DEM e iniciou um processo de criação de um novo partido - o PSD - que ganha força com a adesão de outros políticos descontentes dentro da oposição. O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), afirmou na segunda-feira que, caso não ocorra a fusão entre DEM e PSDB, seu caminho político será uma filiação à nova legenda de Kassab. Outra que já manifestou apoio ao PSD foi a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Quanto à orientação do PSD, Kassab disse que será "independente"
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