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Terça - 17 de Setembro de 2013 às 08:57
Por: Rodrigo Maciel Meloni

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A centenária Monsanto foi refundada em 1997 como empresa agrícola, mas sua história remonta a 1901 e ao seu passado pertence, entre outras coisas, a fabricação do agente laranja, o famigerado herbicida utilizado pelos militares americanos durante a Guerra do Vietnã, considerado responsável por graves problemas de saúde de soldados americanos e vietnamitas.


 
Tentando mudar uma imagem que causa ódio em diversas organizações e em populações inteiras, principalmente na Europa, onde suas plantações são deliberadamente destruídas, a Monsanto se apresenta como empresa que desenvolve e vende apenas sementes e produtos agrícolas. Entre eles estão sementes de milho, algodão e soja resistentes a pragas, lançadas no mercado nos anos 1990, e que produtores rurais mato-grossenses conhecem muito bem.


 
Contudo, o argumento de multinacional norte-americana convence poucos e as modificações genéticas executadas pela empresa em sementes e herbicidas tem gerado protestos seguidos em diversos países - novamente europeus -,como o registrado na última semana em Washington, capital do EUA, onde manifestantes do mundo inteiro se reuniram para exigir que a quantidade de Organismos Geneticamente Modificados (OGM’s) sejam discriminados na embalagem dos produtos vendidos em supermercados. 


 
“Oitenta por cento dos alimentos num supermercado são produzidos com ingredientes geneticamente modificados. Mas essa informação não consta [nas embalagens]“, reclama Megan Westgate, chefe do projeto NONGMO e uma das organizadoras da manifestação em Washington. Em entrevista a uma publicação alemã.


 
Nos Estados Unidos, alimentos produzidos a partir de “organismos geneticamente modificados não precisam trazer essa informação na embalagem.


 
A caminhada para a Casa Branca e a subsequente manifestação nos arredores do Parque Lafayette são o ponto alto da marcha Rigth2Know – “direito de saber”, em português. Um dos participantes é o alemão Joseph Wilhelm, fundador da rede orgânica Rapunzel. 


 
“No caso dessas sementes, a própria planta produz o veneno e quando a planta é utilizada para alimentar animais, estes por sua vez ingerem o veneno e são estes animais que muitos seres humanos usam como alimentos”, alerta. 


 
A carne de animais alimentados com produtos transgênicos não é rotulada na maioria dos países.


 
Roundup e o outro lado
Outro tipo de produto são sementes, como as de soja, resistentes aos herbicidas da Monsanto, como o amplamente difundido Roundup. Esse herbicida mata todas as plantas do local onde é aplicado, exceto aquelas geneticamente modificadas pela Monsanto para serem resistentes a ele.


 
A Monsanto afirma que as sementes transgênicas não são prejudiciais à saúde. “Antes de serem colocadas no mercado, plantas biologicamente modificadas precisam ser submetidas a mais testes e exames do que outros produtos agrícolas” nos Estados Unidos, diz o porta-voz da Monsanto Europa, Mark Buckingham.


 
Nem todos têm a mesma opinião. “Quando vejo o sistema regulatório para plantas geneticamente modificadas, acredito que seja insuficiente”, considera Bill Freese, do Centro para Segurança Alimentar, uma organização sem fins lucrativos dos EUA que defende a agricultura sustentável.


 
Quando se modifica geneticamente uma planta, cria-se uma mutação, explica Freese. “A partir daí podem surgir defeitos: menor valor nutricional, toxinas em quantidade maior do que as naturalmente presentes, em quantidades pequenas e inofensivas, na planta ou até toxinas completamente novas.”





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