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Agronegócios
Segunda - 16 de Setembro de 2013 às 16:53

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No entanto, ele alertou em uma carta publicada ao final da conferência anual da OIC, em Belo Horizonte, que não devem ser repetidos os erros do passado que conduziram a um excesso de oferta e a distorções do mercado.



 
Os preços de referência do café arábica caíram 30 por cento no último ano e estão em cerca de metade dos registrados em 2011, quando superaram 3 dólares por libra-peso.



 
Em agosto, o governo brasileiro anunciou um programa de construção de estoques de café --contratos de opção de vendapara ajudar a sustentar os preços, algo semelhante ao feito em 2009, quando as cotações caíram drasticamente.



 
O governo se ofereceu para comprar 3 milhões de sacas de café em três leilões diferentes --a primeira partedo programa, para 1 milhão de sacas, será realizada na sexta-feira.



 
Atualmente, o Brasil tem estoques públicos de cerca de 1,6 milhão de sacas de café, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).



 
"Eu acho que o governo brasileiro está fazendo a coisa certa na construção de ações para regular o fluxo de colheita", disse Silva.



 
Alguns analistas e autoridades do setor cafeeiro questionam a eficácia de tais medidas. Analistas dizem que, ao proteger cafeicultores no maior produtor mundial de café, o governo faz com que a oferta não se alinhe à demanda, e um excedente é criado.



 
Em 2001, os preços do café caíram para 44 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York, depois que os países produtores decidiram acabar com um acordo internacional para manter o café, limitando as exportações para sustentar os preços.



 
Na época o Brasil tinha acumulado grandes estoques de café, superiores a 17 milhões de sacas. O chamado plano de retenção só empurrou os preços para baixo, dizem muitos analistas.



 
"Hoje enfrentamos desafios igualmente assustadores que devem ser abordados... Nós não olhamos para o nosso passado com nostalgia, para uma era com cotas de exportação e de intervenção no mercado", disse Silva em comunicado.



 
PRODUÇÃO MAIOR



 
Pelas estimativas da OIC, o mundo vai produzir 144,4 milhões de sacas de café este ano, um aumento de 7,6 por cento ante a última temporada. Isso supera em muito o crescimento da demanda de pouco mais de 2 por cento ao ano, segundo estimativas da organização.



 
Quando perguntado se a OIC acreditava que o mundo estava produzindo café em níveis além da demanda e, assim correr o risco da geração de um excedente, o chefe de operações da organização, Mauricio Galindo, disse que "o mercado estava se adaptando aos novos fundamentos de oferta e demanda".



 
"Podemos esperar que os fluxos de exportação sejam um desafio (para os preços), mas nós estamos olhando para a demanda no futuro. O mercado emergente cresceu e representa mais de 50 por cento do consumo global de café, e o crescimento da economia dos EUA vai começar a voltar", disse ele.



 
O consumo de café dos EUA expandiu 1 por cento este ano e consumo europeu em 0,6 por cento, em comparação com o consumo dos mercados emergentes, que cresce 4,7 por cento.


 
"O consumo de café no mercado emergente vai colocar pressão sobre o abastecimento do robusta, devido à demanda por café instantâneo", disse Galindo.




Fonte: Reuters

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