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Meio Ambiente
Sexta - 25 de Março de 2011 às 17:42

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Aviões do Catar protagonizaram nesta sexta-feira as primeiras missões no espaço aéreo líbio, em conjunto com aeronaves francesas, informou o Ministério de Defesa da França.

"Trata-se da primeira contribuição aérea de um país da Liga Árabe como parte das operações multinacionais na Líbia", disse o ministério em nota oficial.

Dois caças Mirage 2000-5 participaram em conjunto com outros dois franceses de uma "missão de proibição" do espaço aéreo, acrescentou.

Os aviões decolaram da base aérea grega de Sue, na ilha de Creta, para onde "em breve" chegarão novos aviões catarianos, assinalou o Ministério da Defesa francês.

Segundo fontes francesas, o Qatar deve destinar seis aviões às operações na Líbia. Em sua primeira missão, as aeronaves catarianas não efetuaram disparos e estavam equipadas apenas com armas de defesa antiaérea.

Nos próximos dias, estima-se que sejam incorporados à missão aviões dos Emirados Árabes Unidos, que prometeu contribuir com 12 caças na operação na Líbia, seis F-16 e seis Mirage.

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, destacou nos últimos dias a importância de países árabes se incorporarem à coalizão internacional que pretende impedir o ditador líbio, Muammar Gaddafi que bombardeie seu povo, em aplicação da resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU --que autoriza o uso da força na Líbia.

AVIÕES

Aviões ocidentais sobrevoaram Ajdabiyah (leste de Trípoli) nesta sexta-feira, e segundo rebeldes, bombarderaram as forças de Gaddafi na região.

Duas fortes explosões foram ouvidas perto da cidade, que é controlada pelos partidários do ditador, e foram observadas grandes colunas de fumaça. Não foi possível, no entanto, determinar a origem das explosões.

Segundo depoimentos de testemunhas ouvidas pela France Presse, rebeldes executam ataques cada vez mais frequentes na região de Ajdabiyah, tentando recuperar o controle da cidade estratégica, que fica 160 quilômetros ao sul de Benghazi, principal reduto dos insurgentes.

Cerca de 2.000 fieis compareceram às orações de sexta-feira em Benghazi. O imã que liderou a reza pediu solidariedade aos moradores das cidades controladas por Gaddafi, e disse que a revolta popular será bem-sucedida. "A nova Líbia deve ser democrática. Não precisamos de um novo Gaddafi", disse o líder religioso.

SEQUESTROS

Também hoje, um porta-voz rebeldes disse que forças do governo líbio sequestraram e espancaram moradores de Zawiyah desde que recapturaram a cidade próxima da capital, Trípoli, há duas semanas.

"Os batalhões (de Gaddafi) montaram barreiras em cada esquina e rua da cidade," disse, por telefone, o porta-voz Ibrahim, em Zawiyah.

"Eles sequestram homens jovens ou velhos, qualquer pessoa que tenha menos de 50 ou 60 anos, quer seja um engenheiro ou um simples operário da construção, e as pessoas são levadas para um lugar desconhecido," disse o porta-voz, pedindo para ser identificado apenas pelo primeiro nome.

"Milhares de pessoas desapareceram assim desde que os batalhões tomaram a cidade," disse ele à Reuters nesta sexta-feira.

Não foi possível confirmar independentemente o relato, já que o governo líbio restringe os movimentos nos territórios que controla.

Mohsen, de 35 anos, que na quarta-feira fugiu de Zawiyah, cidade a 50 quilômetros a oeste de Trípoli, também falou em sequestros e espancamentos.

"As lojas estão fechadas, e a situação humanitária está muito ruim. Os moradores têm medo de sair de casa. Há sequestros e espancamentos a toda hora," disse Mohsen.

NEGOCIAÇÕES

Em Benghazi, o porta-voz dos rebeldes, Mustafa Geriani, afirmou que o regime de Gaddafi tentou em várias ocasiões negociar com os opositores, mas que eles sempre o rechaçaram.

"Sempre pedimos que primeiro parem com os assassinatos para se sentar à mesa para dialogar", disse.

Ele negou ainda que se tenha tido conversas com chefes tribais e que vão iniciá-las.

Ele afirmou ainda que o saldo de até 10 mil mortos nos confrontos pode ser maior. "Deve-se ver quando estes tipos forem embora, porque, por exemplo em Trípoli, de onde não temos dados, sabemos que 1.200 pessoas foram sequestradas em suas casas --ativistas políticos e gente originária de Benghazi-- e podem ser usadas como escudos humanos".

Ele lembrou ainda que em Benghazi, somente no final de semana passado, morreram 120 pessoas durante os confrontos.





Fonte: EFE

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