A Páscoa está mais para peixe

Nem só à base de chocolate são incrementadas as vendas da Páscoa em Cuiabá-MT. O diretor da rede de Supermercados Modelo, Altair Magalhães, prevê que nas demais prateleiras de produtos, comparando-se com um período comum, “na Páscoa temos as bebidas, com aumento de até 20%, e o bacalhau com cerca de 100%”, exemplifica ele.

Mesmo quando o comparativo é Páscoa 2011/2010, a pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) igualmente destaca os peixes, inclusive à frente dos ovos de chocolate (com 9,7%), colocando que haverá alta de 11,8% nas encomendas de bacalhau, seguido por peixes em geral (11,7%), refrigerantes e cervejas (8%), azeites (7,8%), chocolates em geral (6,7%), vinhos nacionais (6%), importados em geral (5,8%), vinhos importados (5%) e colomba pascal (3,7%).

Para o presidente da CDL Cuiabá, Paulo Gasparoto, de maneira geral o aumento será entre 8 e 10% para Mato Grosso. Esse acréscimo acompanha a média nacional para supermercados, que é de 10% em relação ao ano passado. Mas, salienta, Gasparoto os gastos são crescentes ano a ano também com restaurantes, observando-se o maior poder aquisitivo dos brasileiros e investimento em lazer. “Este percentual positivo inclui ainda a produção artesanal, distribuidoras e itens em torno da produção (embalagens, fôrmas, etc.)”.

Os supermercadistas brasileiros, de acordo com a Abras, devem registrar um crescimento de 10,6% no comércio de produtos ligados à Páscoa, na relação 2011/2010. Em Mato Grosso, segundo o presidente da Associação de Supermercado de Mato Grosso (Asmat), Kássio Catena, o incremento será de 6%.

 Sazonalidade marcante - A variedade percentual, e de itens, nas vendas realizadas durante os dias que compõem ‘Quaresma-Páscoa’, em relação a semanas sem datas comemorativas ou religiosas, registra certo padrão de comportamento do consumidor, influenciando a alta na procura por peixes, e aumento considerável também na comercialização de vinhos, enquanto o percentual de cervejas cai.  É o caso do Supermercado Parque Cuiabá, onde a venda de bacalhau e peixes da região tem um aumento de 40%, comparando-se com as outras épocas do ano. Osmar Alceu Wichocki, sócio-proprietário do estabelecimento, lembra que essa maior comercialização de peixes se dá, em sua grande maioria, por questões religiosas e tradicionais. Este é também o motivo das baixas na venda de bebidas como cerveja. “Durante a quaresma bebidas têm pouca saída, a queda chega a ser de 8 e 10%”, conta Osmar, contextualizando que após a Quaresma a venda deste produto cresce novamente.

As perspectivas de crescimento sazonal se confirmam também para o Supermercado Bom Preço, como ressalta o gerente Edilson Viana. Novamente a tradição de culinária ligada ao peixe, além dos chocolates, coloca o produto entre os mais procurados, chegando a pontuar consumo “50% superior aos outros meses do ano”. A cerveja sofre queda de 5% durante a Quaresma, mesmo percentual que, num movimento oposto, marca a elevação das vendas de vinhos nesta época.

O gerente da Peixaria Popular, Eliomar José Barros, explica que durante todo o período da Quaresma “há aumento de até 70%” no movimento da casa. Na Páscoa permanece o mesmo incremento, tendo em conta que parte das pessoas opta pela reunião familiar e com amigos para comemorarem em casa. E, por outro lado, cresce o número de turistas, “muitos de outras regiões de Mato Grosso mesmo”, mantendo o estabelecimento lotado. Ele lembra que independente destas datas, “atualmente, peixe é um prato procurado diariamente nas opções de restaurantes”.

Já o gerente da Lélis Peixaria, Renato Miranda, explica que ainda que a procura pelos pratos à base de peixe seja maior nesta época do ano, a freqüência ao restaurante está mais atrelada ao Turismo de Negócios. “No período relativo ao Carnaval, tivemos redução no movimento. A partir da segunda semana de março, o índice de frequentadores cresceu 50%, por que nosso público é mais de visitantes de fora e os ligados a eventos e negócios que estão sendo realizados na cidade, ou seja, turistas”.