Tribunal vê descompasso entre o patrimônio declarado e os rendimentos recebidos por Marchetti, durante sua atuação no Governo
TCE nega registro de bens a Marchetti; MPE analisará

O Tribunal de Contas do Estado decidiu hoje (22) pelo indeferimento do registro da declaração de bens do ex-secretário de Infraestrutura, Vilceu Marchetti, em função dos indícios do aumento patrimonial incompatível com seus rendimentos, no período de maio de 2005 a abril de 2010.

Agora, o processo será encaminhado ao Ministério Público Estadual, para que sejam adotadas as providências cabíveis.

Segundo dados do TCE, nesse período, Marchetti teria adquirido quatro novas fazendas, que totalizariam 19,6 mil hectares, sendo que em pelo menos duas delas, o ex-secretário seria proprietário de 100% e 20%, o que resultaria em um acréscimo da ordem de R$ 1,3 milhão em seu patrimônio. Além disso, ele seria detentor de 2,3 mil cabeças de bovinos e búfalos.

Marchetti deixou o Governo em maio do ano passado, após ser acusado de supostamente estar envolvido no superfaturamento na ordem de R$ 44 milhões, na compra de 705 máquinas adquiridas pelo Estado, por meio do programa "MT 100% Equipado". Na época, o secretário decidiu colocar o cargo a disposição do governador Silval Barbosa (PMDB).

Na primeira vez em que o processo entrou na pauta de julgamento do TCE, o relator conselheiro Alencar Soares votou pelo deferimento do registro, mas com a remessa dos dados ao MPE.

Em seguida, o auditor Luiz Henrique Lima, que substituía o conselheiro José Carlos Novelli apresentou voto vista contrário do relator e foi acompanhado pelos conselheiros Antônio Joaquim, Humberto Bosaipo e Domingos Neto.

Na mesma sessão, o conselheiro Waldir Teis pediu vistas do processo. Nesta terça, ele votou oralmente pelo deferimento do registro, devendo o tribunal informar os indícios do descompasso dos bens declarados com os rendimentos que Marchetti recebia ao MPE, para providências. Mas, o registro foi negado por maioria.