CPI em Campinas conclui que não houve irregularidade na Sanasa
A Câmara de Campinas (93 km de SP) aprovou na quarta-feira (9) o relatório final da CPI das Licitações que concluiu não haver indícios de fraude nos contratos da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A) --empresa de economia mista, cujo acionista majoritário é a prefeitura.
A CPI foi criada em setembro do ano passado após o Ministério Público de São Paulo mencionar a Sanasa em uma investigação sobre uma suposta organização criminosa que agia em três Estados (São Paulo, Minas e Tocantins).
As investigações de fraudes em licitações, segundo os promotores, começaram pela Sanasa.
A suposta organização fraudou pelo menos R$ 615 milhões em diversos órgão públicos do Estado e de prefeituras, segundo as investigações dos promotores. Oito pessoas suspeitas chegaram a ser presas em setembro de 2010, mas já estão em liberdade.
Todos os principais cargos da CPI foram ocupados por vereadores da base de apoio do prefeito Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT).
O vereador Artur Orsi (PSDB), único oposicionista membro da comissão, não assinou o documento elaborado pelo relator, o vereador Sebastião dos Santos (PMDB).
Orsi pediu durante a reunião na Câmara que os colegas não aprovassem o relatório, mas o documento foi aprovado por 18 votos a 6.
O vereador tucano apresentou um documento à parte no qual questionou a metodologia utilizada pela CPI para analisar as denúncias.
Orsi disse ter feito requerimento para pedir a convocação de um dos suspeitos de integrar a suposta organização Maurício Manduca, mas segundo ele, o pedido de convocação não foi aprovado pela comissão.
Além de Manduca, o Ministério Público também apontou os empresários Emerson de Almeida e José Carlos Cepera como integrantes da suposta organização. Eles também não foram chamados para prestar depoimento.
Os três negam envolvimento nas fraudes e não foram ouvidos na CPI. A prefeitura e a Sanasa fizeram auditorias internas nos contratos investigados e também negaram as acusações.
Para o vereador Sérgio Benassi (PC do B), presidente da CPI, o relatório finaliza um trabalho "coerente e responsável".
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