Nos bastidores do Carnaval o rebaixamento da Caprichosos já era esperado. Para os integrantes da escola, a notícia da queda também não surpreendeu. "O resultado já era esperado. Vai ser bom a Caprichosos desfilar no Grupo B sem o Paulo de Almeida (presidente). Pior seria se a escola estivesse no Grupo Especial com ele. A tendência agora é melhorar", desabafou Paulinho do Ouro, que também foi um dos autores do enredo.
Se há cinco anos a Caprichosos desfilava no Grupo Especial, em 2012 a tradicional agremiação terá o desprazer de se apresentar na terça-feira de Carnaval. A azul e branco amargou, nesta quarta-feira, o inédito rebaixamento para o Grupo de Acesso B, depois de ficar em penúltimo no Grupo de Acesso A, ao cantar um enredo sobre o subúrbio carioca. A notícia deixou alguns torcedores da escola de Pilares abalados, como o ex-mestre de bateria Paulinho Botelho, que se propôs a participar do processo de reerguimento da agremiação.
"Estou transtornado, mas no próximo ano estarei lá para dar as mãos a todo o pessoal. Precisamos de união, trabalhar juntos, sobre todos os aspectos. Temos que pegar todos os expoentes da Caprichosos. Estou nessa. Não posso desprezar a fonte onde muitas vezes saciei a minha sede", afirmou o diretor, que se consagrou na Beija-Flor.
Depois do anúncio do resultado oficial, o presidente da escola, Paulo de Almeida, afirmou que não disputará a reeleição, depois de dois mandatos. O intérprete Clóvis Pê, que já esteve no microfone da agremiação por muitos anos, acredita que tal mudança pode ser saudável para que a Caprichosos encontre um bom caminho.
"Não sei se o fator político foi o mais importante nesse momento. Mas a escola caiu, então é o momento dele sair. Gosto dele, mas, se não está conseguindo fazer um grande trabalho, é hora de dar lugar a outra pessoa", declarou o cantor, que atualmente está na Mocidade Alegre, em São Paulo. "A Caprichosos precisa retornar ao lugar de onde nunca deveria ter saído", completou.
O carnavalesco Chico Spinoza - que hoje assina o Carnaval da Tom Maior, de São Paulo - foi mais um a receber a notícia da queda com tristeza. Para o artista, o grande segredo para a escola se levantar é apostar na característica que a consagrou: a irreverência. "A comunidade vai querer se reerguer, fazer uma nova escola. Mas a Caprichosos precisa voltar a ser o que era. Além da irreverência, precisa ser mais crítica. Seria ótimo ter a Caprichosos de volta ao Especial", afirmou o carnavalesco do último desfile da escola na elite do samba carioca.
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