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Economia
Quarta - 23 de Dezembro de 2009 às 06:23
Por: Wisley Tomaz

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O Natal deste ano promete ser de muitos presentes, compras em segmentos diversificados e não o "Natal das lembrancinhas", o que significa que será mais generoso com os comerciantes, se comparado ao ano anterior. Empresários, gerentes e vendedores se dizem animados, pois a crise que em 2008 prejudicou o comércio parece não existir mais. Há ainda o estímulo da redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados ( IPI) para eletrodomésticos e móveis, o que tem motivado os lojistas a fazerem ofertas tentadoras e com melhores condições de pagamento. O alto fluxo de pessoas nas ruas de Cuiabá, Várzea Grande e nos shoppings confirma as projeções da Federação das Associações Comerciais do Estado (Facmat) e Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio/MT) de aumentar entre 12% a 15% a média geral de vendas, sobre o Natal de 2008. E o valor médio do presente subiu 12,5%, passando dos R$ 80 verificados em dezembro de 2008 para R$ 90 neste ano.

Quem for à região central de Cuiabá vai observar que lojas de calçados, confecções e eletrodomésticos das principais ruas estão lotadas durante o dia todo, principalmente nas duas últimas semanas, sendo que a maioria está aberta até às 22 horas. O gerente da loja Avenida, na rua 13 de Junho, Cícero Francisco da Silva, diz que o movimento veio aumentando gradativamente nos últimos dias, e que este ano as pessoas estão com um maior poder de compra. "Acreditamos que até o dia que antecede o Natal ainda vai haver muitas pessoas comprando, pois alguns sempre deixam para última hora". O gerente conta que boa parte dos clientes está usando o crediário como forma de pagamento, e poucos estão utilizando o 13º salário.

Não é o caso do agente operacional de Saúde, Eurides Seixas Pereira, que estava com a esposa e as filhas em uma loja comprando um aparelho de celular, máquina de lavar e um fogão. Segundo ele, o abono de fim de ano está sendo usado como entrada do pagamento. "No ano passado as coisas estavam complicadas, não compramos praticamente nada e tivemos um Natal e final de ano modestos. Já este ano a situação melhorou e sobrou mais dinheiro". Pereira diz que os preços mais baixos e as condições de pagamento estão contribuindo para a compra de produtos mais caros.

O gerente da móveis Romera, Carlos Moura, faz uma analise comparando o ano passado com este. Segundo ele, em 2008 trabalhava em outra empresa com as mesmas características da que está hoje, e que em todo o mês de dezembro foi vendido R$ 580 mil. Já este ano, até o dia 18, na loja onde está, já foi comercializado R$1,443 milhão. "Não podemos reclamar, os clientes entram na loja já sabendo o que querem, negociam e saem com o produto".

Na avenida Couto Magalhães, em Várzea Grande, onde há uma grande quantidade de lojas, também houve acréscimo de vendas nas últimas semanas. Contudo, diferentemente de Cuiabá, à noite o número de pessoas e lojas abertas diminuem consideravelmente. O gerente da loja Flamboyan, Antônio José de Oliveira, diz que as vendas estão correspondendo às expectativas e devem aumentar cerca de 10%. Segundo ele houve um aumento nas compras à vista, mas a maioria de seus clientes estão utilizando mais o crediário.

Outra loja que está ficando aberta na Couto Magalhães é a Gabriela. Esta, também tem uma diminuição no fluxo de clientes no período noturno. A gerente, Janete Moraes Prado, está otimista com as vendas de Natal. Contudo, reclama do isolamento e de poucos policiais nas ruas no período noturno. Segundo ela, alguns clientes que moram em Várzea Grande estão preferindo os shoppings de Cuiabá em função da insegurança no período da noite. O vendedor Emerson Florentindo Rodrigues, disse que resolveu comprar em Várzea Grande porque mora na localidade, mas disse não ter total segurança de andar com suas compras nas mãos depois que escurece.

Shoppings - Os locais mais lotados de Cuiabá com certeza são os shoppings, dependendo da hora não há nem vagas nos estacionamentos. A coordenadora de marketing do Três Américas, Cláudia Róbles, conta que este ano há um aumento de cerca de 30% no movimento, se comparado com 2008. Cláudia explica que os clientes aumentaram em função da segurança e comodidade que o shopping oferece, além dos bons preços e promoções. Nos dias que antecedem o Natal, a expectativa é de vendas são ainda maiores. O mesmo movimento é percebido no Pantanal Shopping. No local, dependendo do horário, também não há vagas no estacionamento e as filas de carros são enormes nos portões de entrada. O proprietário da loja Beto Esportes, Alberto Domingo, calcula um aumento de 20% a 30% em relação ao ano anterior. O empresário diz que nos últimos dias loja está sempre lotada e que um dos itens mais comprados são as camisetas de times de futebol.

O aposentado Clidenor Celestino Batista é um dos que preferem comprar no shopping. "Venho aqui porque é mais seguro. Além de haver a segurança dos estacionamentos aqui dentro não corremos risco de sermos assaltados". Já a secretária Lenelice Moura, diz que compra em shoppings, mas não deixa de frequentar as lojas no centro da cidade.

Shopping popular - O presidente da Associação do Shopping Popular dos Camelôs de Cuiabá, Misael de Oliveira Galvão, prevê um aumento de 20% nas vendas em relação ao ano passado. Segundo ele, hoje as pessoas que compram no shopping popular são de todas as classes e como a maioria dos comerciantes do local tem máquina de cartão de crédito facilita e atrai ainda mais clientes.

Boas expectativas - O vice-presidente da Fecomércio/MT, Hermes Martins, explica que um dos motivos das vendas no centro de Cuiabá terem aumentado é o policiamento nas ruas. A Polícia Militar montou uma operação com objetivo de dar segurança para os lojistas e à população que está indo às compras. Outro fator para o otimismo são os bons preços, condições de pagamentos e horários especiais de atendimento.

Na opinião de Manuel Gomes, superintendente da Facmat, as expectativas para o incremento nas vendas são grandes e a previsão na média geral em todos os municípios do Estado é de 12% a 15%. Gomes explica que são vários os motivos para o otimismo, entre eles o fim da especulação sobre uma provável crise. "Além disso os lojistas de Mato Grosso não perdem para nenhum Estado quando falamos em qualidade, diversidade de produtos e boas formas de pagamentos".





Fonte: A Gazeta

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