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Educação/Vestibular
Quarta - 16 de Dezembro de 2009 às 06:47
Por: Steffanie Schmidt

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Olimpíada nacional promovida pelo MEC, que reuniu cerca de 20 milhões de estudantes, trouxe para o Estado pelo menos outros 18 premiados

Matemática, pra que te quero! Para 20 alunos de escola pública em Mato Grosso, fugir de uma das matérias mais temidas pelos estudantes não está nos planos de nenhum deles, afinal, todos foram premiados na 5ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP).

A reportagem do Diário localizou os dois medalhistas de ouro, Lucas dos Reis Carvalho e Cristiane de Farias, ambos estudantes de escolas do interior do Estado.

Filho único de pedreiro e dona-de-casa, Lucas se mudou há cerca de um ano para a Escola Municipal Centro Educacional Dom Máximo Biennés, na região central de Cáceres. Em 2007, quando conquistou a medalha de prata na mesma competição, ele morava na zona rural, distante cerca de 30 quilômetros da cidade. “Mudamos para a cidade porque minha mãe tem um problema no coração e tinha que ficar vindo toda vez para fazer tratamento. Assim, fica mais fácil para ela”, disse.

Na nova escola, ele afirma ter vários amigos, mas pondera que “a maioria ficou lá”. Taxado de “nerd” entre os colegas, com a premiação, ele disse esperar colaborar para que as pessoas se interessem mais pela matéria.

“Eu ainda não decidi a profissão que quero seguir, mas acho que tem que ser alguma coisa na área, porque tenho mais facilidade, né?”, explica de forma humilde. A preferência por números está presente inclusive no e-mail dele. “Sempre foi minha matéria preferida, mas não vou mal nas outras”, explicou o estudante que afirmou ter a média sempre acima de 8 em todas as matérias.

O Ministério da Educação (MEC) não divulga as notas correspondentes às medalhas, porque o objetivo não é a competição entre os alunos, mas o estímulo ao estudo.

Amiga de Lucas, Cristiane Farias, estudante da Escola Municipal de Primeiro Grau Profº Benjamin Pádua, de Alta Floresta, também foi premiada em 2007 com a medalha de bronze. “Foi quando eu conheci ele. Gente boa, meu amigo”. Este ano, ambos comemoraram a medalha de ouro. Diferentemente do amigo, ela afirma que já decidiu a profissão: engenharia civil.

Devoradora de livros de matemática, ela sempre ganha um do pai, porque já terminou de resolver o da escola. “Ele parou de estudar no 2º grau, mas sempre incentivou os três filhos. Todo mês ele compra livros pra nós”, disse.

Lucas foi apenas um dos amigos que Cristiane fez quando participou em 2007 da OBMEP. “Nossa, quando cheguei pensei: que bando de nerds! Mas, depois, fiz muita amizade com o pessoal de Cuiabá e voltei chorando pra casa”, conta. Hoje, eles são amigos e se comunicam pelo Orkut. Um dos objetivos da Olimpíada é a interação entre os participantes com os mesmos interesses.

Ao todo, quase 20 milhões de alunos de 11 a 17 anos participaram da OBMEP este ano. As provas têm questões que não cobram fórmulas ou puro conteúdo. Elas falam de situações cotidianas, como horários de encontros ou jogos de baralho.

A quinta edição da OBMEP premiou 300 estudantes com medalhas de ouro, 900 com prata e 1,8 mil com bronze. Os medalhistas terão direito a bolsa de iniciação científica júnior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).





Fonte: Diário de Cuiabá

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