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Economia
Terça - 15 de Dezembro de 2009 às 09:58
Por: Andréa Haddad e Flávia Borges

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O governo do Estado e o presidente da MTGás Helny de Paula se veem em apuros com a falta de gás natural em Mato Grosso. O contrato com a Bolívia para recebimento do produto está suspenso. Quem mais sente no bolso são as indústrias e os taxistas, que gastaram mais de R$ 3 mil para fazer a conversão em seus veículos para poder utilizar gás natural e não contam mais com o produto. Restam a eles retomar as opções de álcool ou gasolina para rodar.

A Companhia Mato-Grossense de Gás foi criada em 2003, no governo Dante de Oliveira, para captar investimentos em combustível alternativo e de baixo custo para os proprietários de veículos automotores, principalmente taxistas. O hoje presidente da MTGás, ex-vereador Helny de Paula, enfrenta a ira do setor por causa da crise do setor, que já estava em “frangalhos” desde a posse de Evo Moraes na Presidência da Bolívia, no ano passado. Esta segunda (14) foi a gota d´água. A Usina Governador Mário Covas (Termelétrica de Cuiabá), explorada pela Empresa Pantanal Energia (EPE), deixou de fornecer o Gás Natural Veicular a seis postos de abastecimento em Mato Grosso e à empesa Sadia, que trabalham em média com um estoque de 3 mil m³, o suficiente apenas para dois dias.

A paralisação no fornecimento foi motivada pela falta de uma empresa que faça o transporte de gás da Bolívia até Mato Grosso. O serviço era feito pela GasOcidente, da EPE, que teve a licença para comercialização extinta em outubro deste ano por decisão judicial arbitral do país vizinho. Empresários do setor em Mato Grosso cobram agora, por meio dos deputados estaduais, a intervenção política do governador Blairo Maggi (PR) junto às autoridades bolivianas. O secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia Pedro Nadaf descarta essa possibilidade e alega que o Executivo já fez tudo que estava ao seu alcance para garantir o abastecimento.

Apesar do contrato de 10 anos assinado em setembro entre Helny e a estatal do gás boliviano Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), caberia à GasOcidente agilizar o contrato de transporte na Bolívia para trazer o gás a Cuiabá. Devido ao impasse e sem a pressão nos dutos do gás para o enchimento dos compressores do City Gate, no Distrito Industrial de Cuiabá, os 12 funcionários da Usina Governador Mario Covas podem ficar sem emprego. A nova crise também deverá “enterrar” definitivamente o sonho do gás em Mato Grosso.

No início em 2006, o governo do Estado liberou R$ 350 mil para financiar a aquisição de kit´s de conversão à gás por os taxistas da Baixada Cuiabana e, posteriormente, de Rondonópolis. O equipamento, ao custo de R$ 3 mil, podia ser parcelado em até 24 vezes. Hoje existem na Grande Cuiabá pelo menos três mil carros rodando com gás. Destes, cerca de 360 são táxis. O consumo médio por dia de um carro que utiliza gás natural varia entre 16 e 20 metros cúbicos.

Frustração

Revendedores investiram cerca de R$ 20 milhões para fornecer o produtos nas bombas de combustível. Há seis postos de abastecimento do GNV no Estado e mais dois em fase de instalação. A campanha pró-gás natural estimulou muitos proprietários de automóveis a fazer a conversão para o uso do gás natural. Com a escassez do produto, a venda do álcool nas bombas já teve aumento considerável no preço. Os taxistas são os mais prejudicados, pois apostaram no baixo custo do gás natural, que tem economia de até 150% em relação à gasolina. O GNV tem vantagens como não poder ser adulterado e nem sonegado, além dos benefícios socioambientais e ainda gerar renda a partir da economia obtida. O metro cúbico está em torno de R$ 1,40.





Fonte: RD News

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