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Internacional
Sexta - 27 de Novembro de 2009 às 16:20

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O ministro alemão de Trabalho e ex-titular da Defesa, Franz-Josef Jung, anunciou nesta sexta-feira sua renúncia por causa do escândalo em torno da ocultação de informação sobre um bombardeio no Afeganistão ordenado por tropas alemãs, que matou 142-- incluindo civis.

"Assumo a responsabilidade pela política informativa do Ministério da Defesa quando era seu titular", disse o democrata-cristão Jung em uma declaração dada em seu ministério no dia seguinte em que o escândalo veio à tona, colocando seriamente em dúvida sua credibilidade.

O inspector-geral do Exército alemão, Wolfgang Schneiderhan, foi demitido ontem como consequência da investigação sobre o ataque, ordenado por um general alemão, que deixou dezenas de civis mortos em 4 de setembro passado na Província de Kunduz, no Afeganistão.

O secretário de Estado da Defesa, Peter Wichert, também foi afastado do cargo.

O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Karl-Theodor zu Guttenberg, em um comparecimento no Bundestag (Câmara Baixa do Parlamento alemão).

O escândalo veio a público depois que o jornal "Bild" publicou um relatório militar segundo o qual a Defesa "tinha claros indícios" de que houve mortes entre civis "apenas horas depois do ataque" aéreo em solo afegão. Apesar disso, o governo alemão afirmou durante dias que o bombardeio só havia atingido militantes do grupo islâmico radical Taleban.

Erros

Segundo a imprensa da Alemanha, que cita militares do país, um relatório de investigação redigido pela Otan sobre o ataque aponta erros de procedimento por parte do militar alemão. O relatório, mantido sob sigilo, foi apresentado na Bundestag.

Na época, Scheniderhan defendeu publicamente o ataque como apropriado.

O coronel alemão Georg Klein ordenou o ataque contra dois caminhões-tanque com combustível roubados pelos militantes do grupo. Ao seu pedido, duas bombas de 250 kg caíram sobre os veículos.

A comissão de investigação ordenada pelo governo afegão afirma que o ataque matou 30 civis e 69 militantes. Os talebans publicaram à época uma lista com 79 nomes de vítimas, entre as quais há 27 jovens com menos de 18 anos, e negaram que houvesse insurgentes entre os mortos.

O ataque causou grande polêmica na Alemanha, onde a missão no Afeganistão torna-se cada vez mais impopular. Na época, a chanceler alemã, Angela Merkel, prometeu investigar o ataque e rever o papel das tropas alemãs no país.





Fonte: Folha Online/EFE

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