Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Quinta - 26 de Novembro de 2009 às 06:42
Por: Maria Angélica de Moraes

    Imprimir


Um crescimento médio anual da indústria de 11, 6% que poderia chegar a 13,6% não fossem os entraves como logística e alta carga tributária. A informação está no balanço apresentado nesta quarta-feira (25) pelo Sistema Federação das Indústrias no Estado do Mato Grosso (Sistema Fiemt). O estudo econômico aborda os últimos dez anos da indústria de Mato Grosso e também o impacto do setor no desenvolvimento do Estado. "É preciso compreender o processo de crescimento e desenvolvimento do setor industrial para ancorar projeções para os próximos dez anos", afirmou Mauro Mendes, presidente do Sistema Fiemt.

O levantamento mostra que o Produto Interno Bruto (PIB) industrial e de Mato Grosso cresceu nominalmente 309% entre 1999 e 2008. Em valores isso representa saltar de R$ 12,3 bilhões para R$ 50 bilhões em dez anos, um crescimento médio de 16,75% ao ano (de 1999 a 2007). Em Valor Adicionado (dados de 2007) a indústria tem a terceira maior participação na economia do Estado com 16% atrás do setor de serviços (29%) e agropecuária (28%). "A agropecuária é o carro chefe mas a tendência da indústria é aumentar sua margem de crescimento com a agregação de valores", observou Gustavo de Oliveira, presidente do Conselho Temático Econômico e Tributário da Fiemt. Segundo ele, o estado cresce de modo acelerado em relação à média nacional mas é necessário buscar a diversificação da economia.

"Mato Grosso tem 30% do PIB atrelado às exportações o que pode ser comparado aos países asiáticos. É competitivo, mas focado nas commodities enquanto lá predominam os manufaturados. O nosso desafio é manter o nível de exportação agregando valor no processo da indústria da transformação", frisou Mendes. "Lá existe uma logística favorável e um sistema tributário menos oneroso, que são os dois principais obstáculos aqui".

Setores - Entre os principais segmentos da indústria da transformação que mais cresceram (em valor adicionado) entre 2002 a 2006 estão o de alimentos e bebidas (de R$ 772 milhões para R$ 1,3 bilhão), o segmento de álcool (R$ 74 milhões para R$ 170 milhões), borracha e plásticos (R$ 23 mi para R$ 72 mi) e fabricação de derivados de aço (de R$ 2 mi para R$ 46 mi). A indústria da transformação reúne os setores de construção civil, serviços de utilidade pública e extrativa mineral. "O crescimento industrial no estado é resultado de uma conjunção de fatores. Somos atrativos aos novos investimentos que se refletem na economia como um todo", frisou Mauro Mendes. "Depois do governo, é o setor que melhor remunera".

Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) revelam esta demanda. Em 1999 os postos de trabalho com carteira assinada em Mato Grosso chegaram a 289.802 sendo 61.985 na indústria. Em 2008 este número chegou a 590.538 postos no estado sendo 123.261 na indústria. Enquanto o crescimento estadual foi de 103%, o do setor industrial chegou a 98,8%.

Em impostos o setor da indústria em Mato Grosso arrecadou R$ 1,3 bilhão de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2008 ante R$ 150 milhões em 1999, um crescimento de 791%. "Os impostos crescem desproporcionalmente. Precisamos rever o sistema tributário para dar condições às indústrias de sobreviverem", frisou Gustavo de Oliveira. "A carga tributária determina os investimentos e a localização das indústrias. Se for muito alta pode até significar perda de investimento".

Agenda MT- Além de apresentar o desempenho da indústria na última década, a Fiemt fez, pela primeira vez, uma projeção de perspectivas e desafios para os próximos dez anos. A chamada Agenda MT prevê itens fundamentais para garantir o desenvolvimento da economia. "A cada ano em que os problemas persistem perdemos 2% de crescimento e esta perda não tem volta", frisou Oliveira. Entre os considerados "gargalos" da economia estão a qualificação de mão-de-obra, a redução dos impostos estaduais e a logística. "Estamos distantes dos portos e as estradas são precárias o que impõe custos e reduz a competitividade", salientou Mendes. "Vamos discutir esta agenda com o setor industrial e com o governo. As ações não são simples, são complexas. Temos a expectativa que os problemas serão equacionados, por isso as perspectivas a longo prazo".




Fonte: A Gazeta

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/150244/visualizar/