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Politica Brasil
Terça - 17 de Novembro de 2009 às 09:42

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Após ouvir o seu principal desafeto Deucimar Silva (PP) ler o ato que sacramentou a sua cassação nesta segunda à noite, o ex-presidente da Câmara de Cuiabá Lutero Ponce (PMDB) não conteve as lágrimas. Ele se articulou tanto nos bastidores que não esperava perder o mandado. Até o término da votação ninguém se arriscava a prever que 14 dos 19 vereadores votariam pela punição ao peemedebista. Lutero abaixou a cabeça e, deixou as lágrimas amargas da derrota caírem. Chorou copiosamente, porque além de ser destituído do posto de vereador também ficou inelegível por 8 anos. Assim, terá mesmo de se dedicar à vida empresarial, conforme já havia revelado em entrevista ao RDNews. Diante do resultado adverso, o peemedebista saiu praticamente mudo da sessão, balbuciou apenas que atenderá a imprensa nesta terça (17), mas não disse o horário. Ele vai anunciar que recorrerá à Justiça contra a decisão.

As lágrimas de Lutero foram mais amargas porque tiveram gosto de derrota política e pessoal. Ele jamais acreditou que o movimento liderado por Deucimar culminaria na sua cassação. Era tido como "intocável" no Legislativo. Teve dezenas de conversas ao pé-de-ouvido, programou esvaziamentos da sessão extraordinária, mas não teve jeito. A maioria dos partidos determinou que os parlamentares votassem pela cassação. Uns foram motivados pela pressão popular e, outros, por interesses políticos.

A bancada do PSDB, por exemplo, votou praticamente unida, com exceção de Lueci Ramos. Antônio Fernandes que chegou a ensaiar voto a favor do peemedebista, devido a rusgas pessoais com Deucimar, mudou de ideia diante da pressão de seus eleitores, do PSDB e principalmente do prefeito Wilson Santos, que entrou nas articulações para evitar que a Câmara viesse a instaurar a CPI da Saúde. O presidente da Câmara tinha avisado o prefeito que, dependendo do comportamento do tucanato na votação do processo de Lutero, poderia vir a criar a CPI. Lembrou de cinco votos favoráveis e de mais três da bancada do PP. Foi o bastante para Santos, acuado, orientar os vereadores tucanos a votarem pela queda de Lutero.

O líder do Executivo na Câmara, Paulo Borges, garante, porém, que o Palácio Alencastro não interferiu no processo. “Fomos liberados para votar com a nossa consciência”. Antonio Fernandes, por sua vez, parecia desconfortável e fez até ataques a Deucimar, a quem classificou de autoritário. “Somos um grupo seleto de 19 vereadores, porém quem decide a vida desta Casa é o presidente”, criticou Fernandes. Já o PDT, com Toninho de Souza e Sérgio Cintra, o PP, com Deucimar, Everton Pop e Leve Levi, e o PRTB, representado pelos vereadores Totó César e Néviton Fagundes, votaram em bloco pela cassação. Nesse caso também houve um entendimento partidário. (Patrícia Sanches)





Fonte: RD News

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