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Economia
Terça - 03 de Novembro de 2009 às 12:12

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Reduzir pela metade o tempo em sala de aula e focar o aprendizado em uma profissão mais específica tem sido a opção de muitas pessoas que escolhem os cursos tecnológicos. Com duração média de dois anos eles têm proliferado nas instituições de ensino superior e estão voltados a nichos de mercado que vêm surgindo com a segmentação profissional. Logística, negócios imobiliários, estética e cosmética, radiologia, hotelaria, gestão pública e hospitalar são algumas das muitas opções que visam suprir a falta de profissionais em muitas destas áreas. "Estes cursos permitem uma formação mais específica e geralmente o aluno já sai da instituição empregado", observou Carlos Alberto Lucio da Silva, coordenador do curso superior de tecnologia em Negócios Imobiliários na Unirondon.

O curso surgiu em 2001 mas a maior procura começou a acontecer no segundo semestre do ano passado com o boom imobiliário no estado. Segundo o coordenador, o profissional sai da instituição capacitado a fazer a intermediação entre quem quer comprar e quem quer vender um imóvel. Com o diploma na mão é preciso obter a carteirinha do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) para poder atuar. São formados cerca de 80 profissionais por ano entre aqueles que já têm experiência de mercado e buscam qualificação e os jovens que enxergaram neste universo uma oportunidade de boa remuneração.

"A grande maioria opta por trabalhar em Cuiabá mas o interior já tem bastante demanda. Além da intermediação de compra e venda, tanto de imóveis novos quanto usados, ele está apto a prestar assessoria em financiamento e fazer a avaliação dos imóveis", salientou Carlos Lucio. "A Copa do Mundo e os programas habitacionais do governo como o Minha Casa, Minha Vida estão criando oportunidades únicas. Hoje já há empresas querendo contratar e não encontram esta mão-de-obra qualificada".

É o caso de Cleide Lima Franco, proprietária da imobiliária Cleide Imóveis. Ela conta com o trabalho de 30 profissionais, entre corretores e estagiários, mas quer contratar mais dez pessoas para dar conta da demanda. Cleide é ex-aluna do curso da Unirondon e fez parte da primeira turma. Apesar de já ter experiência ela foi buscar qualificação. "Quebrei barreiras para expandir meus negócios. Não gostava de algumas áreas como a locação, mas ao longo do curso eu vi que tinha algumas informações equivocadas a respeito". Remuneração - Uma das grandes vantagens destes cursos de menor duração é permitir que o profissional tenha uma remuneração imediata tão logo entre no processo de estágio e, principalmente, seja absorvido como muita rapidez pelo mercado. Marcio Paulo Filipin Simões é aluno do 2º semestre do curso de Negócios Imobiliários e já está estagiando. "Nesta área o profissional ganha por produção então tem que correr atrás. Mas é possível ter um ganho de R$ 6 mil mensais porque há muito trabalho".

Ele destacou a formação como fundamental. "A psicologia, uma disciplina que as pessoas não costumam dar tanta importância, nos ajuda a entender e detectar as necessidades do cliente e oferecer a ele o produto que está buscando". Matemática financeira, gestão e direito imobiliário também integram a grade curricular.

Uma remuneração acima de R$ 2.500 e que pode chegar até a R$ 10 mil na área de logística é o que sugere o professor Flávio Mestre. O curso, oferecido também na Unirondon, abrirá a primeira turma no início de 2010. "Há pouquíssimos profissionais desta área no mercado e por isso muitas empresas optam por contratar gente de fora. Existe um nicho que precisa ser explorado". O profissional de logística é o responsável por gerenciar um conjunto de ações que tem a finalidade de integrar os segmentos da empresa para alcançar o objetivo de entregar os produtos aos clientes no prazo acordado.

Formação ampla - Mais que apenas uma tendência passageira há cursos que se firmam pela proposta levar profissionalização e ofertar mão-de-obra qualificada a algumas áreas já existentes. É o caso do curso tecnológico de Gastronomia, da Universidade de Cuiabá (Unic), que desde 2005 já formou quatro turmas. "No início o curso era muito procurado por amantes da gastronomia mas agora já há também a presença de profissionais que atuam no mercado e estão em busca de qualificação e de jovens que estão começando com o foco profissional voltado para esta área", informou a coordenadora Thaís Bassler.

Com formação ampla o curso prepara o aluno para a gestão em gastronomia, ou seja, além de ter aulas de manipulação de alimentos ele aprende sobre leis trabalhistas e administração, informações necessárias para que seja capaz de administrar o próprio estabelecimento. "O curso não forma gastrônomos, mas gestores de gastronomia, um profissional mais completo. A maioria já sai com espaço garantido no mercado de trabalho graças aos convênios e parcerias que temos com algumas instituições", observou a coordenadora. omo não existe no Estado um sindicato ou instituição que represente uma categoria os salários são bastante variados.

Na área de moda, a bertura de novas indústrias e lojas de confecção faz com que o mercado absorva os recém-formados de maneira satisfatória. Para Verena Fazolo, coordenadora do curso de tecnologia em Design de Moda ofertado pela Unic, o profissional poderá atuar desde como estilista na pesquisa, criação e desenvolvimento de coleções até na gerência de empresas de confecção passando pela prestação de serviços como consultoria de moda e imagem, criação de editoriais (em revistas, catálogos e campanhas), comprador para lojas e dono da própria empresa. "O aluno tem noções de modelagem e gestão de produção. Tem informações sobre o que chamamos de chão de fábrica, ou seja, conhece todo o processo, da idéia à peça final". Segundo Verena a migração de muitas indústrias por causa do algodão, um dos principais produtos da agricultura mato-grossense, abre muitas portas. "O mercado quer um profissional polivalente e qualificado, que saiba atuar em diversas funções e tenha conhecimento de todo o processo". De acordo com a coordenadora, como a profissão ainda não é regulamentada não existe uma convenção de valores. A remuneração, portanto, varia de acordo com a região, segmento e o estabelecimento em que o profissional trabalha.





Fonte: A Gazeta

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