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Economia
Sábado - 31 de Outubro de 2009 às 08:11
Por: Fabiana Reis

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A capacidade de abate de bovinos nos frigoríficos de Mato Grosso está 23,6% menor. A redução é motivada pela paralisação de 11 unidades no Estado este ano. Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) aponta que existem 39 plantas registradas no Serviço de Inspeção Federal (SIF), mas atualmente apenas 28 estão em operação. Quando todas estão em atividade, a capacidade de abate é de 37,816 mil cabeças por dia, número que baixou para 28,855 mil com o fechamento das 11 plantas. A redução nominal é de 8,961 mil bois diariamente.

Em percentual, a quantidade de plantas disponíveis para abate em Mato Grosso sofreu retração de 28,2%, o que fez com que os pecuaristas tivessem menos opções para enviar o gado. Em consequência disso, os produtores reclamam que os frigoríficos ficaram nas mãos de poucos grupos, que praticam os preços que os convém. "Como a operação das plantas está restrita a dois ou três grupos, os pecuaristas ficam de mãos atadas e têm de vender o gado a preços inferiores se comparados aos de outras regiões", destaca o superintendente da Associação dos Produtores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.

Ele exemplifica dizendo que em municípios como Juína, onde houve o fechamento de frigorífico, o gado da cidade vendido em outro município, como Juara, recebe até R$ 2 a menos. Essa diferença é negada pelo secretário-executivo do Sindicato dos Frigoríficos (Sindifrigo), Jovenino Borges. Ele relata que as plantas estão tendo dificuldade para encontrar gado e estão trabalhando com ociosidade de 30%.

O levantamento realizado pelo Imea, a pedido da Acrimat, revela que a situação do pecuarista é diferente de uma região para outra. No Noroeste a o cenário é mais grave. Lá a capacidade de abate diária é de 500 cabeças, mas a unidade fechou e não está havendo processamento na região. A segunda pior situação é verificada no Nordeste. A capacidade total é de 4,755 mil animais, mas estão sendo abatidos apenas 1,915 mil, com 2,840 mil tendo de ser abatidos em outra localidade.

O presidente do Sindicato Rural de Água Boa, Laércio Fassioni, diz que na região dele (Nordeste), haviam sete plantas que abatiam entre 6 mil e 7 mil animais diariamente. Porém, com o fechamento de quatro plantas, o abate caiu para 2,1 mil cabeças, redução de 70%. "A única opção que tínhamos era enviar o gado para ser abatido em outros Estados, para termos preços competitivos. Mas com o fim da redução do ICMS para esta operação, ficou difícil".

Em abril, a Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) reduziu a alíquota do ICMS para saída interestadual de gado em pé para o abate, de 7% para 3,5%, que vigorou até setembro, beneficiando pecuaristas da região Noroeste. A pasta entende que a reabertura de algumas plantas faz com que seja desnecessária a prorrogação da redução.

A região onde o impacto é menor é a Centro Sul, onde estão sendo abatidas 9,018 mil cabeças de gado, ante a uma capacidade de 9,618 mil.





Fonte: A Gazeta

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