Qualidade de crédito das empresas piora pelo terceiro trimestre seguido, diz Serasa

O indicador da Serasa Experian que avalia numa escala de 0 a 100 a qualidade de crédito das empresas teve um recuo de 0,2% no terceiro trimestre de 2009, a terceira queda trimestral consecutiva.

Com isso, o indicador atingiu o patamar de 95,50, o menor desde o primeiro trimestre de 2007, quando começa a série histórica. Quanto maior o número, melhor a qualidade de crédito e, portanto, menor é a probabilidade de inadimplência.

A segmentação por porte mostra que o declínio se deveu à deterioração do risco de crédito das micro e pequenas empresas. Desde o início da crise internacional, houve recuo de 0,5% no indicador desse segmento no comparativo entre os terceiros trimestres de 2008 e de 2009. Já nas médias e grandes empresas, as quedas foram menores, de 0,1% e 0,2%, respectivamente.

A maior vulnerabilidade das micro e pequenas empresas diante de cenários econômicos adversos e o aumento das dificuldades de acesso ao crédito enfrentado por esse segmento estão entre os fatores que contribuíram para a piora da qualidade. Medidas do governo como a implementação do Fundo Garantidor de Investimentos e a recuperação econômica devem levar a uma reversão da trajetória de queda, apontam os analistas da Serasa.

Nas médias empresas, o indicador ficou estável em 98,55 no terceiro trimestre e, para as grandes empresas, houve elevação de 98,44 para 98,47 após uma sequência de seis quedas seguidas.

A qualidade de crédito recuou no mesmo montante (0,5%) para a indústria e o comércio. Já no setor de serviços, a diminuição foi de 0,2%. Na comparação com o mesmo período no ano passado, o setor industrial foi o que apresentou o maior recuo (0,8%). Serviços foi o menos atingido pela crise, com redução de 0,2% -- o setor continua na liderança do menor risco de crédito, de acordo com a Serasa.