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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 28 de Setembro de 2009 às 12:14

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Quase metade das ações que fazem parte do principal índice da Bolsa de Valores já subiram 50% ou mais neste ano, considerado o período do início do ano até sexta-feira. Levantamento da Folha Online aponta que, entre os 66 papéis que compõem o Ibovespa, 22 valorizaram entre 50% e quase 100%, enquanto sete ativos já dobraram de preço, pelo menos, nos últimos nove meses.

Os campeões do período foram a imobiliária Rossi, que viu suas ações ordinárias dispararem 278,92% até sexta-feira, e a mineradora MMX, cuja ação ordinária teve ganho de 273% nos nove meses. Um pouco distante, mas ainda com forte alta, a ação ordinária da Gafisa rendeu 157%.

Na mão inversa, somente duas ações apresentam rentabilidade negativa até setembro: a ação ordinária do banco Nossa Caixa, em baixa de 7%, e a ação preferencial da companhia aérea TAM, que acumula queda de 35,58%.

Até sexta, o índice Ibovespa havia valorizado quase 61%. As ações que compõem esse indicador respondem por mais de 90% do volume financeiro da Bolsa, diariamente.

É praticamente uma unanimidade entre analistas que o mercado da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) já subiu com muita força e deve passar por alguma fase de vendas mais acentuada antes de voltar a subir.

Setores

Profissionais de mercado têm justamente reservas sobre os papéis do setor de construção civil, que domina o ranking das maiores altas: há boas perspectivas para esses papéis, por causa do aumento da oferta de crédito, e dos programas oficiais para habitação. No entanto, já ficaram bastante caros e há quem veja alguma exagero nos preços atuais. "São ações para médio e longo prazo", considera George Sanders, da Infinity Asset Management.

Do seu ponto de vista, as ações do setor alimentício também já foram bastante valorizadas. "Algumas ações subiram tanto que as empresas provavelmente vão ter que entregar resultados muito fortes para justificar esses preços", pondera.

Sanders tem expectativas um pouco melhores para o setor financeiro e o setor elétrico. "As ações [do setor financeiro] caíram bem [durante a pior fase da crise] e acho que ainda não recuperam tudo que podiam", comenta. "No caso do setor elétrico, as ações desse segmento sempre foram vistas como defensivas. Muita gente vendeu esses papéis para comprar outros mais rentáveis. Acho que é um setor que está muito atrasado [em termos de preços]", avalia o gestor.

Já no caso de setores como petróleo e gás, assim como mineração e correlatas, as ações devem ter desempenhos mais moderados. São muito sensíveis ao crescimento da economia global, que deve ser nulo este ano e somente modesto no ano que vem.

As análises acima não querem dizer que as perspectivas para a Bolsa de Valores são negativas. O mercado "comprou" a ideia de que a pior fase da crise mundial já passou e as economias já começaram, algumas mais lentamente que outras, o processo de retomada.

Até o final do ano, vários analistas esperam que o índice Ibovespa, que reflete os preços das ações mais negociadas, atinja os 66 mil pontos. Na sexta-feira, esse indicador bateu os 60 mil pontos.

Esse cenário mais otimista não é livre de obstáculos: economistas monitoram com alguma preocupação o Federal Reserve (banco central dos EUA). E não descartam como improvável alguma mexida nos juros básicos da maior economia do planeta (hoje próximos de zero por cento), o que seria prejudicial para as ações brasileiras.





Fonte: Folha Online

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